
2024 foi um ano repleto de aventuras e experiências para a equipa do SAPO Viagens e vamos revelar aquelas que mais ficaram na memória. Hoje, apresentamos 10 lugares que proporcionaram algo que mais valorizamos quando estamos em viagem: o contacto com a natureza.
Observar de perto o "teto de Espanha"
Alice Barcellos

Estar perante a grandiosidade do pico mais alto das ilhas do Atlântico é algo que dificilmente se esquece. Por momentos, julgamos estar noutro planeta e a vista tenta abarcar a paisagem marcada por tons de vermelhos e laranjas. No coração de Tenerife, arquipélago das Canárias, ergue-se aquele que é considerado o “teto de Espanha”, o vulcão Teide. Com uma altitude de 3718 metros, é o pico mais alto do país. Os dois vulcões, Teide e Pico Viejo, são os mais recentes na história vulcânica de Tenerife. Estima-se que os dois estratovulcões se formaram há cerca de 170 mil anos, dentro da caldeira de um vulcão mais antigo que colapsou, dando origem a Las Canãdas del Teide, um verdadeiro anfiteatro natural que conta com espetaculares formações rochosas. Um lugar que se tornou o mais marcante para mim por toda a beleza natural e cenários surreais, durante esta viagem à ilha de Tenerife.
Plantar corais nas Caraíbas
Ana Caetano

A aventura que fará com que eu me lembre de 2024 com muito carinho transporta-me para o outro lado do Oceano Atlântico – numa viagem de oito horas até à deslumbrante República Dominicana. Foi lá, nas águas cristalinas do Mar das Caraíbas, que tive a oportunidade de plantar corais e contribuir diretamente para a regeneração dos recifes. Para além da paisagem marítima estonteante, e de todas as “Doris” e “Nemos” que pintaram as minhas memórias de cores bonitas, esta atividade transformou completamente a minha visão sobre o turismo sustentável, ajudando-me a perceber como as nossas escolhas podem impactar positivamente os destinos que visitamos. Mais do que uma experiência, onde estive literalmente submersa na natureza, foi uma lição de responsabilidade e de cidadania global, mostrando-me o papel crucial que desempenhamos enquanto visitantes do mundo.
Procurar árvores "nuvens" nos Andes
Ana Oliveira

Não andam no céu, mas crescem até cinco mil metros acima do nível do mar e têm um super poder: reter humidade e água, o que mantém os solos ao seu redor saudáveis e os riachos das montanhas a fluir. Isto faz com que estas árvores nuvem, cujo nome técnico é polylepis, desempenhem um papel importante na luta contra as alterações climáticas e perda de biodiversidade. Subimos a 4.400 mil metros e deparamo-nos com uma majestosa paisagem que nos faz sentir pequenos face à natureza. Quem somos nós para não a escutarmos e adulterarmos o seu ecossistema? A reserva de Abra Malaga Thastayoc, que fica na região de Cusco, Peru, faz-nos abraçar a natureza, apesar da sua brisa gélida matinal. Neste lugar, cuja paisagem parece saída de um cenário do “Senhor dos Anéis” ou do "Hobbit", devido ao seu encanto e ao lado místico, acontece magia em prol de um mundo melhor e mais sustentável: comunidades indígenas plantam polylepis para recuperar a floresta vítima do desmatamento. Não há nada mais bonito do que ver o Homem a cooperar com a Natureza. Naqueles dias em que nos questionamos se existe mesmo solução para salvar o planeta, sítios e momentos como este devolvem a esperança. Há soluções naturais. Só precisamos de nos reconectar e dialogar mais com a Natureza. Lição aprendida. Obrigada, Abra Malaga Thastayoc.
Dar uma volta completa a Monsanto
Pedro Neves

A minha experiência mais marcante na Natureza este ano levou alguns meses a preparar e não envolveu sequer sair de Lisboa. No final de 2023, meti na cabeça que seria interessante percorrer todo o perímetro do Parque Florestal de Monsanto e, assim, tentar perceber a sua real dimensão. Depois de alguns pequenos passeios de teste (para avaliar se era possível dar uma volta completa ao parque sem atravessar vias rápidas), escolhi um dia primaveril de maio para "abraçar" o coração verde de Lisboa. Foram precisas seis horas para percorrer os 31 quilómetros da minha volta e acabou por ser um dos meus dias mais bem passados na cidade.
Descobrir um dos rios mais conservados do Norte de Portugal
Alice Barcellos

Na primavera, rumamos à Trás-os-Montes para conhecer um dos projetos de alojamento mais interessantes do ano, o Tinhela610 que, além de apresentar uma proposta sustentável e off the grid, intitula-se como o "guardião de um rio quase secreto do Norte de Portugal". É o rio Tinhela, um afluente do Tua que percorre os municípios de Vila Pouca de Aguiar e Murça, sendo um rio de águas cristalinas e matas ribeirinhas que conservam vários habitats e espécies de flora e fauna. Para "mergulhar" nesta paisagem pintada de muitos tons de verde, nada melhor do que percorrer um trilho e foi o que fizemos. A partir do Trilho Passadiços do Tinhela, grande parte do percurso é feito nas margens do rio – os passadiços foram estrategicamente colocados apenas em troços para tornar a passagem mais segura e permitir momentos de contemplação –, é possível apreciar toda a beleza natural deste curso de água. Até vimos uma lontra a nadar tranquilamente, mas que, ao sentir a nossa presença, mergulhou de forma afoita, fugindo das nossas lentes. Sem dúvida, um lugar mágico a explorar no Norte do país, e, caso estejam a planear ir, não deixem de passar em Murça para experimentarem o toucinho do céu e descobrirem a lenda da porca.
Explorar o Deserto Wadi Rum
Viver o Mundo

Conhecido pelas suas paisagens dramáticas e rochas avermelhadas, muitos fazem a comparação com o planeta Marte. Inclusive, o Wadi Rum já foi cenário de várias produções cinematográficas, tais como o Star Wars. O Deserto Wadi Rum localiza-se no extremo sul da Jordânia, a cerca de 100 km de distância de Petra, 60 km de Aqaba e 315 km de Amã, a capital do país. A Lara e o João, do Viver o Mundo, passaram dois dias neste local mágico e ficaram fascinados com o pôr-do-sol, bem como com a toda a paisagem grandiosa deste deserto. "O tour já estava a chegar ao fim, mas antes ainda tínhamos uma pausa para assistir ao pôr do sol. Subimos a uma rocha, bebemos um chá quentinho e aproveitámos esta dádiva da natureza. Foi, de facto, um momento muito bonito!".
Estar frente a frente com um vulcão ativo
Andreia Costa

"Estamos em plena montanha, a 3500 metros de altura, de frente para um vulcão com atividade constante e, sob a nossa cabeça, um céu profundo que só se consegue ver sem a poluição luminosa das cidades. A estrutura é rústica, mas dá perfeitamente para passarmos uma noite de êxtase sempre que o vulcão Fuego decide dar espetáculo para os visitantes". O relato chegou-nos através das palavras e imagens da viajante e fotógrafa Andreia Costa que, durante uma viagem à Guatemala, teve a oportunidade de observar o atividade do vulcão Fuego, famoso por estar quase sempre ativo num nível baixo.
Caminhar pelo maior glaciar dos Alpes
Little Travelers Family

Em família, os viajantes do projeto Little Travelers Family viveram uma aventura no maior glaciar dos Alpes, o Aletsch Arena, na Suíça. "Com uma superfície de mais de 120 km² e parte do Património Mundial da UNESCO, é o mais poderoso fluxo de gelo dos Alpes e é fácil ficar verdadeiramente impressionado. Esta não é apenas uma visita a um local de beleza extraordinária, mas uma imersão na imponência das montanhas suíças e na força bruta da natureza". Durante três dias, houve muitos trilhos, vistas de cortar a respiração e contacto com a cultural e gastronomia locais.
Observar os gorilas da montanha
The Travellight World

O Parque Nacional dos Vulcões fica na área nordeste do Ruanda, a cerca de duas horas e meia de carro de Kigali, a capital do país. Foi criado em 1925 e nasceu de uma subdivisão do grande Parque Nacional de Virunga ou Parque Nacional Albert Cook, como era conhecido na altura da colonização Belga. Ganhou visibilidade e fama mundial por aqui viverem gorilas da montanha, espécie ameaçada que na década de 1960 se transformou em notícia por conta do trabalho da primatologista americana Dian Fossey, autora do livro "Gorilas na Bruma" (depois adaptado ao cinema), que acabou assassinada, pensa-se que pela sua heroica defesa dos gorilas, apesar deste facto nunca ter ficado provado. A viajante Ana Barreto, autora do projeto The Travellight World, teve a oportunidade de observar bem de perto uma família desta espécie fascinante. "Ver os gorilas no seu habitat natural é uma experiência especial, mas para o fazer alguns fatores devem ser tidos em conta, nomeadamente: a compra antecipada da licença para o trekking de gorilas, ter idade igual ou superior a 15 anos e o nível de dificuldade da caminhada" - aqui foi deixado um guia completo para quem quiser viver esta experiência única.
Mergulhar na praia mais bela do mundo
The Travel in Pink

Já foi diversa vezes considerada a praia mais bela do mundo e, este ano, a Ana Caldeira, autora do projeto The Travel in Pink, foi até lá ver com os próprios olhos. "Anse Source d’Argent, nas Seychelles, merece sem dúvida essa distinção. Localizada em La Digue, a quarta maior ilha do arquipélago, é um local a não perder naquele que é um dos destinos de praia mais paradisíacos do globo. Quando se tem o primeiro vislumbre de Anse Source d'Argent, é inevitável ficar-se imediatamente cativado pela beleza desta praia. Já visitei muitas praias incríveis em diversas partes do mundo, mas esta é indiscutivelmente a mais impressionante de todas". Nós também ficamos cativados, depois de ler o artigo e ver as fotos. Mais um destino a colocar na "bucket list" para 2025.
Esperamos ter ainda mais experiências de natureza no próximo ano. Boas festas a todos os nossos leitores!
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