Vilar Maior é uma pequena aldeia e o centro histórico percorre-se bem a pé.
A povoação tem a particularidade de a sua fundação ter sido no reinado de Leão e Castela, no final do séc. XII, e teve a Carta de Povoamento por volta de 1227.
Por este motivo, encontram-se alguns vestígios da coroa de Leão e Castela.
Na sequência do Tratado de Alcanizes, Vilar Maior passou a fazer parte do território nacional e foi perdendo alguma influência porque a fronteira entre os dois países ficou a alguma distância.
Processo idêntico com Sabugal, Sortelha, Vila do Touro e Alfaiates que, hoje, fazem parte da rota dos 5 castelos no concelho do Sabugal.
O castelo de Vilar Maior é dos que tem maior visibilidade.
Ergue-se no cume de um monte com cerca de 800 metros e domina um extenso horizonte.
Um silêncio profundo, apenas quebrado pelo assobio do vento.
O castelo traduz-se numa torre quadrada e tem ao lado uma muralha.
O interior é amplo, com algumas árvores, há escadas para subir ao topo da cidadela e à torre de menagem.
Vê-se ainda uma cisterna para abastecimento de água e ruínas de uma parte edificada.
Em redor do castelo foi construído um caminho e criada uma zona verde. No percurso de acesso ao castelo, muitas casas de granito. Algumas estão abandonadas mas preservam a traça original.
O mesmo não sucede com a igreja de Santa Maria do Castelo, de que restam apenas algumas ruínas: a parte referente à capela-mor e ao arco triunfal.
Mesmo assim, é muito bonita e o local em que está, a meio da encosta e com o vale em fundo, dá-lhe mais encanto.
Um incêndio destruiu a igreja em 1922 e algumas das pedras foram utilizadas na construção do cemitério que está mesmo em frente.
Não muito longe, em direção ao centro da aldeia, está o Museu de Vilar Maior.
O edifício já foi a Escola Primária e, antes disso, a sede do município (piso superior) e prisão (piso inferior), já que Vilar Maior foi sede do concelho até 1855.
Outra particularidade é uma gravura rupestre na base do museu, com desenhos geométricos e abstratos.
As gravuras terão sido feitas na pedra por instrumentos líticos ou metálicos.
Foram descobertas quando se removeu um muro e, numa pedra de granito, as inscrições ficaram visíveis.
O acervo é de objetos encontrados na freguesia - de arqueologia, arte sacra e, entre outros, livros antigos. Algumas peças encontram-se no exterior.
Um dos achados mais relevantes em Vilar Maior, é uma espada de bronze, pistiliforme que está no museu da Guarda.
O museu foi inaugurado em Agosto de 2016
A igreja matriz, com a torre sineira anexa, é muito bonita, antiga e está classificada como património municipal.
A igreja é dedicada a S. Pedro, remonta ao séc. XIII e o atual edifício terá sido reconstruído no séc. XVII.
Segundo informação da sinalética, durante muitos anos a igreja foi alvo de roubos, designadamente da talha dourada.
Alguns anos antes da reconstrução da igreja, no tempo de D. Manuel I, foi construído o pelourinho, que está localizado na parte mais baixa da povoação, junto ao casario.
O pelourinho está assente numa base de pedra, de vários degraus, e no topo tem uma gaiola.
Num dos limites de Vilar Maior, destaque ainda para a ponte romana, com três arcos e em alvenaria e cantaria de granito. A ponte é sobre o rio Cesarão, um afluente do rio Côa.
No último Censos, em 2011, Vilar Maior tinha registado 120 habitantes.
Vilar Maior está a 20 km de Sabugal, a sede do concelho.
A surpresa de Vilar Maior faz parte do podcast semanal da Antena1 Vou Ali e Já Venho e pode ouvir aqui.
A emissão deste episódio, A surpresa de Vilar Maior, pode ouvir aqui.
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