É uma instalação pequena mas acrescenta algumas leituras à lenda de D. Pedro e Inês de Castro que remonta ao século XIV, quando o Justiceiro, ou o Cruel, andou por aqui. “Desenvolvemos este projeto que visa divulgar a história e a nossa identidade.
O Museu aborda a passagem de Inês e a residência de D. Pedro”, refere Jorge Amador, presidente da Junta de Freguesia de Serra D’El-Rei, o principal impulsionador do museu que faz este mês dois anos que foi inaugurado.
No dia dos namorados. O romance, a paixão, acaba por revelar outras histórias ao contagiar os visitantes. “Há um pouco de tudo. A história do amor entre Inês de Castro e D. Pedro acaba por perpassar para alguns visitantes, se calhar não com um final tão triste como Inês teve.”
O final trágico está simbolizado numa peça de moda no segundo piso.
Na sala principal está a exposição permanente e seguimos o caminho contrário ao das ferraduras desenhadas no solo.
É Para enganar. Era D. Pedro que mandava os seus homens despistar o rasto dos cavalos quando ia às escondidas encontrar-se com Inês de Castro.
Além destas histórias, “o museu oferece ainda uma panorâmica dos trajes da época. Temos também alguns trabalhos que nos foram cedidos pela Fundação Inês de Castro. Associamos também alguns conteúdos à história local, à valorização do património local.”
Há uma peça de roupa muito bonita feita por uma estilista italiana que está junto à exposição permanente. Mas o que mais surpreende é a coleção de moda.
“São meia dúzia de peças de roupa femininas que, de uma forma muito criativa, conjugam a história do drama, as rendas de bilros de Peniche e o amor.”
O Museu é um ponto de partida para um roteiro mais alargado sobre a presença de D. Pedro I, cujo paço real, datado do inicio do século XIV, está muito próximo. Está classificado como Imóvel de Interesse Público. É um edifício grande, com um muro alto que acompanha a estrada ao longo de dezenas de metros. É uma propriedade privada.
No interior da aldeia há ainda a toponímia dedicada ao romance. A própria origem do nome da freguesia está associada a D. Pedro. Antes seria designada por Serra da Pescaria e Póvoa da Serra. No século XVI passou para a designação atual devido à presença habitual de reis nesta região e, em particular, D. Pedro I.
A salvaguarda deste património é também desenvolvida pelo Rancho Folclórico D. Pedro I. É um sinal de retribuição porque depois da passagem por aqui, Serra D’El-Rei recebeu muitos privilégios de D. Pedro I. O Museu faz parte da Rede Museológica do Concelho de Peniche.
A moda e os amores no Museu de Serra d' El-Rei D. Pedro I faz parte do programa da Antena1, Vou Ali e Já Venho, e pode ouvir aqui.
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