Quando escrevemos que Cracóvia nos roubou o coração, nunca pensámos que não o tivesse devolvido. Julgámos que fosse uma paixão passageira, afinal, todos mudamos e porque esta cidade polaca seria exceção?

A verdade é que, cinco anos depois, a essência que nos conquistou, permanece. A cidade preserva a sua identidade e mexe connosco como poucas metrópoles conseguem.

Se, por um lado, sentimos um choque cultural devido à língua, arquitetura, moeda ou gastronomia, também, com mais ou menos vontade, somos confrontados com as marcas da II Guerra Mundial.

Onde ficar

Hotel Radisson Blu

Bastante central. Fica a apenas 7 minutos a pé da Praça do Mercado Principal e da Colina de Wawel.

PURO Kraków Kazimierz

Ideal para nómadas digitais ou para quem procura sentir o novo pulsar da cidade.

Entre as ruas charmosas de Cracóvia, a maior praça medieval da Europa (Rynek Glówy), restaurantes e cafés convidativos, em determinado momento da nossa viagem temos que pensar no passado que abalou a cidade, o país (e todo o continente) e respetivas vítimas. É impossível ficar-se indiferente às feridas da II Guerra Mundial neste território.

Aushwitz foi uma rede de campos de concentração durante este período sombrio e que hoje podem ser visitados. Os campos encontram-se a cerca de 70 quilómetros de Cracóvia e, por isso, muitos turistas que visitam a cidade, incluem no roteiro uma excursão a Aushwitz.

Em Cracóvia, aprendemos a valorizar o presente – só assim conseguimos aproveitar a cidade atual sem ignorar o passado.

Onde comer 

Restaurante Biała Róża

Situado na cidade velha entre a Praça do Mercado e o Castelo de Wawel, o Biała Róża (que significa Rosa Branca) dá-nos um gostinho da história e da modernidade da Cidade. À mesa, chegam-nos sabores tradicionais reinterpretados. Dado que o pato é uma das especialidades da região, não deixe de provar o Peito de pato.

Restaurante Starka — Restaurant & Vodkas

Para entrar no espirito boémio do bairro onde se encontra este restaurante, Kazimierz. O Starka também aposta nos sabores tradicionais mas com um toque de sofisticação. Arrisque num shot de vodka, afinal, está em terras polacas. Também pode aproveitar para experimentar um vinho polaco.

Acreditamos, por isso, que mais do que uma viagem para quebrar a rotina, Cracóvia é um destino que nos transforma – permitindo igualmente relaxar, aproveitar e experimentar novos sabores.

O Castelo Real de Wawel, a Fábrica de Schindler, a Praça do Mercado (Rynek), a Basílica de Santa Maria e a Praça dos Heróis do Ghetto continuam a ser locais a não perder.

Kazimierz, ou Bairro Judeu, é uma das zonas mais boémias e artísticas da cidade. Aquele que, entre o século XIV e XIX, era uma cidade separada habitada sobretudo por judeus, oferece hoje diferentes bares temáticos, restaurantes e lojas vintage.

Com vasta oferta cultural, Cracóvia é um ótimo destino para visitar a solo ou a dois, e porque não em família? Neste artigo, contamos como foi visitar os pontos de maior interesse, incluindo, Aushwitz (cuja visita é recomendada para maiores de 14 anos), com um bebé.

CRACÓVIA: CITY-BREAK OU PONTO-DE-PARTIDA POR UMA POLÓNIA MENOS CONHECIDA
O centro histórico encontra-se bem conservado e é Património da Humanidade. créditos: Polish Tourism Organisation

Uma escapadinha ou férias alargadas?

Se pensa deixar a viagem até Cracóvia para outra altura porque gostava de fazer uma maior – e  não quer ficar mais do que quatro dias em meio urbano, saiba que há muito para explorar nos seus arredores.

Descubra as minas de Sal de Wieliczka, na Polónia, o lar da capela subterrânea mais bonita do mundo
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A meia hora da cidade, encontra as Minas de Sal de Wieliczka, que é lar daquela que é considerada a capela subterrânea mais bonita do mundo.

Se quiser ainda descobrir uma Polónia mais natural e autêntica, aventure-se pela região dos sub-Cárpatos.

Nesta região (sul do país), encontra-se a Casa de Ulma que homenageia os polacos que ajudaram judeus durante a II Guerra Mundial, como parte da rota de igrejas de madeira inscritas na lista da UNESCO.

Se se encanta com palácios e castelos, encontra aqui exemplares bem preservados como o Castelo de Lancut e o Castelo de Krasiczyn.

2. Fazer uma paragem em Lancut
O Castelo de Lancut é um dos mais belos da Polónia. créditos: Polish Tourism Organisation

Nesta rota pelo sudeste, vale a pena visitar Sanok, devido ao património museológico. É nesta pequena cidade que se encontra o Museu de Arquitetura Popular – o maior museu ao ar livre da Polónia – e o Museu dos Ícones, que fica no Castelo Real e que alberga a mais completa coleção de ícones ortodoxos do país (cerca de 300 obras dos séculos XV a XVIII).

Przemyśl, protagonista de relatos mediáticos em todo o mundo no ano passado devido à Guerra na Ucrânia, merece ser visitada devido à arquitetura característica desta área do Velho Continente e à sua riqueza histórica, não fosse esta uma das cidades mais antigas do país.

Przemyśl
Przemysl créditos: Miroslaw Kuciel

E sabia que é nesta região que se encontra o Parque Nacional mais selvagem da Polónia, o Bieszczady? Perto da fronteira com a Ucrânia e a Eslováquia, o parque é conhecido pelas paisagens, vida selvagem diversificada e rico património cultural. É possível subir ao pico mais alto do parque, o Tarnica (1346 metros), explorar a flora e a fauna e visitar as aldeias tradicionais do povo Lemko, que outrora habitou a região.

Para além disto, sabemos que os polacos visitam este lugar para observar as estrelas (no Dark Sky Park). Depois ainda há o vale dos dois rios – o Vístula e o San – que oferece rotas de caiaque.

Em breve, daremos a conhecer melhor o sudeste da Polónia.

O SAPO Viagens visitou Cracóvia a convite do Turismo da Polónia