O objetivo era chegar a Setúbal, para duas noites no Hotel Casa Palmela mas, saindo do Porto, decidimos que o melhor seria fazer "render" a viagem e fazer algumas paragens pelo caminho. Saímos do Porto de manhã em direção a Coimbra e chegámos à nossa primeira paragem ainda antes do almoço.

Chegando à cidade dos estudantes, o primeiro local a visitar foi, como não poderia deixar de ser, o Jardim da Quinta das Lágrimas. O palco do amor proibido entre D. Pedro e D. Inês de Castro é local de visita obrigatória na cidade e em cada nova visita há um recanto novo a descobrir.

Antes do almoço, ainda tivemos tempo para uma visita rápida à Sé Velha de Coimbra onde, em 1185, foi coroado o segundo rei de Portugal, D. Sancho I. É a única catedral portuguesa românica, da época da Reconquista, que sobreviveu relativamente intacta até aos nossos dias e é mais um local imperdível na cidade.

A poucos metros de distância da Sé, está o restaurante Italianino que oferece uma experiência gastronómica deliciosa. A massa feita na hora e os ingredientes frescos juntamente com a simpatia dos funcionários e o ambiente acolhedor, fazem deste um dos melhores restaurantes de Coimbra. Quem gosta de comida italiana ficará, com toda a certeza, apaixonado pelo Italianino e quererá repetir a experiência, assim como nós.

Coimbra tem um baloiço com vista para o Mondego perfeito para relaxar (e fotografar)
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Antes de seguir viagem para Setúbal, ainda tivemos oportunidade de visitar o bonito Jardim Botânico da Universidade de Coimbra e também o Seminário Maior de Coimbra, que se revelou uma boa surpresa. O edifício é muito bonito, tem mais de 250 anos e é uma das mais impressionantes presenças da arte italiana do Século XVIII em Portugal. Nele, é possível ver desde as marcas do Terramoto de 1755, aos vestígios das Primeiras Invasões Francesas, passando pelas relíquias dos 12 Apóstolos e uma das cúpulas mais bonitas da Europa.

Nas "costas" do edifício e de frente para o rio Mondego, que serpenteia pela cidade ao fundo, encontramos um baloiço fotogénico ao qual não conseguimos resistir. Perfeito para desfrutar das vistas para a cidade, o baloiço já é um sucesso no Instagram, mas tivemos a sorte de o ter só para nós.

Após apreciar a cidade vista de cima, despedimo-nos de Coimbra e seguimos viagem em direção a Setúbal.

Casa Palmela: um refúgio de luxo em pleno coração do Parque Natural da Arrábida
Casa Palmela: um refúgio de luxo em pleno coração do Parque Natural da Arrábida
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Ao fim da tarde chegamos ao Hotel Casa Palmela, uma casa com uma história que remonta ao século XVII, em pleno coração do Parque Natural da Arrábida, a apenas 40 quilómetros de Lisboa. A Casa Principal está repleta de charme e romantismo, naquele que foi o primeiro hotel de cinco estrelas em Setúbal.

Depois de instalados, tivemos a oportunidade de jantar no hotel, numa experiência intimista e acolhedora, com vários produtos da horta biológica. No mesmo espaço, é servido o pequeno almoço, até às 10h30, com uma grande variedade de pães, croissants folhados, pastéis de natal, folhados de maçã, sumo de laranja natural (muito, muito bom), fruta fresca, queijos e fiambre e várias compotas. Após uma boa noite de sono e do pequeno almoço no hotel, fomos à descoberta da cidade de Setúbal.

Em Setúbal, é obrigatório fazer uma visita ao Mercado do Livramento para observar a grande variedade de peixes, moluscos e mariscos, além dos seus bonitos painéis de azulejos. Caminhar ao longo da Doca dos Pescadores é uma boa forma de conhecer um pouco da cidade e da sua atividade piscatória. Cerca de duas dezenas de golfinhos coloridos e com diferentes mensagens preenchem parte do espaço, na exposição Golfinho Parade, uma homenagem aos habitantes mais emblemáticos do Sado.

Aproximando-se a hora de almoço, procuramos um local para saborear o típico choco frito e acabamos no restaurante Tasca da Fatinha, com vista privilegiada sobre as docas. Apesar do espaço ser pequeno e existir fila quando chegamos, o tempo de espera foi bastante razoável. Com funcionários simpáticos e um excelente choco frito é um local a repetir.

Após o almoço fomos descobrir a Serra da Arrábida e a sua paisagem de tirar o fôlego, onde o azul do mar se une ao verde exuberante da serra. Além das várias praia famosas, o Miradouro do Portinho da Arrábida é um dos locais mais fotografados da serra e o local perfeito para aproveitar a paisagem.

Depois de serpentear pela serra, decidimos ir jantar a Lisboa. Antes de atravessar o Tejo, tivemos ainda tempo de fazer uma visita rápida ao Santuário Nacional de Cristo Rei, em Almada. Inaugurado em 1959, foi construído como agradecimento por Portugal não ter entrado na Segunda Guerra Mundial. Como já chegamos muito perto da hora de encerramento, acabamos por não subir ao monumento, ainda assim, aproveitamos a vista para a Ponte 25 de Abril e para Lisboa, assistindo ao por do sol refletido no Tejo.

Após o regresso ao hotel, recarregamos baterias durante uma boa noite de sono para fazer a viagem de regresso ao Porto. Saímos do hotel de manhã com destino ao Bacalhôa Buddha Eden, no Bombarral, a primeira das duas paragens que faríamos em direção ao norte.

Bacalhôa Buddha Eden: encontrar a paz e tranquilidade no maior jardim oriental da Europa
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O Buddha Eden é o maior jardim oriental da Europa e, assim que se entra é possível entender porque é conhecido como "jardim de paz". No espaço reina a tranquilidade e há uma surpresa para descobrir a cada canto.

Ao longo do jardim é possível encontrar budas, pagodes, soldados de terracota e várias esculturas. A escadaria é o ponto central do jardim, com os famosos Buddha dourados a darem as boas-vindas aos visitantes. Existem vários espaços distintos e é importante usar o mapa para garantir que não deixam nada para trás.

O preço do bilhete para o Bacalhôa Buddha Eden é de 5 euros por pessoa, sendo que as crianças até aos 12 anos não pagam.
Depois da manhã bem passada no Buddha Eden, partimos para a última paragem desta escapadela de três dias: a encantadora vila medieval de Óbidos. Dentro das muralhas, encontramos o castelo e um labirinto de ruas e casas brancas que fazem de Óbidos uma das vilas mais pitorescas e bem preservadas de Portugal.

Almoçamos no restaurante Tasca Torta, já um bocadinho fora de horas, onde fomos recebidos com boa disposição dos funcionários. Numa visita a Óbidos, não pode faltar a famosa ginjinha de Óbidos, em copo de chocolate. Felizmente, não é algo difícil de encontrar, existindo vários locais com a bebida ao longo da Rua Direita.

A principal atração é o Castelo de Óbidos, construção do século XIII, e uma das Sete Maravilhas de Portugal, cujas muralhas permitem um longo passeio com vistas fantásticas. Percorrer as ruas de Óbidos é como fazer uma viagem no tempo até um passado distante, quando a vila foi oferecida pelo rei D. Dinis à sua esposa D. Isabel. Toda a vila parece saída de um conto de fadas e é um local a voltar, sempre que possível.

Publicado originalmente a 25 de maio de 2020.

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