No final (quase) dá vontade de acender um cigarro

Desconhecida num comboio

Desconhecida num comboio, de Jenny Diski

A leitura mais improvável para um antitabagista como eu, que não suporta o fumo (ou o cheiro) de tabaco e não se imagina a passar dias a viajar na sala de fumo de um comboio a atravessar os EUA. Se calhar é essa perspetiva, construída a partir de um local do qual me sinto automaticamente excluído, que torna este livro tão absorvente e interessante. Mais do que a América, ficamos a conhecer os norte-americanos e o que os torna um povo tão contraditório e difícil de fixar numa única imagem.

A outra metade do Tejo

Guia do rio Tejo

Guia do Rio Tejo, de Cláudia Pinto, Ana L. Alvim e António Braga

Quem se deslumbra com Lisboa está habituado a pensar no Tejo como "o rio da sua aldeia", mas ele pertence a muitas mais aldeias ao longo do seu percurso pela Península Ibérica. Este livro leva-nos a conhecer a génese do Tejo e as paisagens que contribuem para a sua história, biodiversidade e, no fundo, personalidade.

Um romance sobre "a única língua do mundo que o diabo respeita"

Budapeste

Budapeste, de Chico Buarque

Um romance original, tão inesperado quanto bem-humorado, sobre um escritor que dá por si a ter uma crise de identidade na capital da Hungria. Um livro forrado de curiosidades e brincadeiras linguísticas que é imperdível para qualquer pessoa interessada nas possibilidades que aprender outro idioma pode desbloquear.

A beleza, e o apelo, das ilhas portuguesas

As ilhas desconhecidas

As ilhas desconhecidas, de Raul Brandão

Se alimentam secretamente o projeto de um dia visitar todas as ilhas dos arquipélagos dos Açores e da Madeira, este livro é para vocês. É uma viagem no espaço, mas também no tempo, ao Portugal insular como era nos anos 20 do século passado (curiosidade adicional: a viagem de Raul Brandão que inspira este livro faz agora 100 anos). Uma das minhas leituras preferidas do ano. No final, apetece marcar o avião e simplesmente ir.

Um livro para (não) nos perdermos

A rapariga que adorava Tom Gordon

A rapariga que adorava Tom Gordon, de Stephen King

O que faz aqui um livro retirado da prateleira do horror? E com uma narrativa toda ela passada no interior de uma floresta? Bom, se gostam de fazer trilhos, dificilmente encontrarão melhor livro para passar tempo do que nas florestas do Maine e New Hampshire, na companhia da jovem protagonista desta história sobre o que pode acontecer quando nos perdemos na Natureza. O pior pesadelo para qualquer adepto de caminhadas, é certo, mas um rico pesadelo, no qual vão querer demorar-se, vão por mim.