A praça, também conhecida como Terreiro do Paço, é um dos lugares mais visitados de Lisboa e o conjunto escultórico, com 14 metros de altura, é o ponto intermédio do olhar entre o Tejo e o Arco do Triunfo que dá inicio à Rua Augusta.

Estátua de D. José I
Estátua de D. José I

Marca também a renovação desta zona da cidade após o terramoto de 1755.

Estátua de D. José I
Estátua de D. José I

O ceptro real, a espada e a armadura de ferro marcam o poder do rei, com a graciosidade dos punhos de renda e o capacete emplumado.

Estátua de D. José I
Estátua de D. José I

São detalhes relevantes mas ofuscados pela monumentalidade do cavalo e a pata dianteira levantada num movimento que não receia as serpentes que marcam o topo do pedestal.

Estátua de D. José I
Estátua de D. José I Esboço da autoria de Machado de Castro

A “pata direita levantada” e a “cor branca do cavalo” de D. José, entre outras histórias, são duas expressões das perguntas tolas e para tolos de muitas brincadeiras que, em simultâneo exprimem a relevância que o conjunto escultórico teve no imaginário popular.

A estátua de bronze pesa 35 toneladas.

Estátua de D. José I
Estátua de D. José I

É da autoria de Machado de Castro e retomou o tom original com o restauro efetuado em 2012.

Está classificada como Monumento Nacional e tem associada várias marcas pioneiras: é a estátua pública mais antiga em Portugal, foi a primeira estátua equestre em Portugal e foi a primeira estátua monumental a ser fundida com um só jato de cobre. Em quase oito minutos.

Estátua de D. José I
Estátua de D. José I Museu Militar

A fundição por Bartolomeu Costa foi em Santa Clara e o transporte e colocação da estátua no pedestal de pedra lioz foi uma proeza que chegou a ser assinalada com placas comemorativas, como podemos ver no Museu Militar em Lisboa.

Estátua de D. José I
Estátua de D. José I Museu Militar

No mesmo museu está exposto o modelo da estátua que ganhou forma com a mesma técnica de fundição.

O modelo foi produzido em junho de 1774 e quatro meses depois foi a estátua.

Estátua de D. José I
Estátua de D. José I

A família real foi à fundição descobrir o resultado e há rumores de que a rainha não gostou muito. Também há quem diga que o rei não facilitou o trabalho. Não se predispôs a fazer de modelo e Machado de Castro teve de recorrer ao perfil traçado nas moedas de real. Outro comportamento considerado estranho foi a família real ter estado ausente da inauguração da estátua em junho de 1775.

Estátua de D. José I
Estátua de D. José I Museu Militar

Não se tratou de um ato discreto porque só o transporte da estátua, da fundição de Santa Clara até ao Terreiro do Paço, mobilizou milhares de pessoas e obrigou à abertura de uma passagem na Rua do Museu de Artilharia.

Estátua de D. José I
Estátua de D. José I

A hoje chamada “sala de visitas” de Lisboa, uma zona turistificada da cidade, ainda mantém edifícios governamentais que, simbolicamente, substituíram o antigo Paço Real.

A recordação após o terramoto de 1755 também se exprimiu na toponímia.

Estátua de D. José I
Estátua de D. José I

O nome Terreiro do Paço foi substituído por Praça do Comércio.

Estátua de D. José I
Estátua de D. José I

No pedestal percebe-se melhor o enquadramento da mudança com a referência aos comerciantes que, através de impostos extraordinários, financiaram a construção do conjunto escultórico. O obreiro do projeto foi o Marquês de Pombal.

Estátua de D. José I
Estátua de D. José I

Na parte da frente vemos o medalhão com a efigie de Sebastião José de Carvalho de Melo, mas nem sempre esteve lá. Foi retirado dois anos após a inauguração quando a rainha Dona Maria, filha de D. José, ostracizou o Marquês devido à execução da família dos Távoras. O medalhão foi reposto em 1883 e decora o pedestal junto com elefantes, cavalos e figuras humanas.

Estátua de D. José I
Estátua de D. José I

Algumas das fontes utilizadas:

Património Cultural

Museu de Lisboa

Mensagem de Lisboa

C. M. Lisboa