Por Helena Simão
Verde, como só as ilhas dos Açores, e pintado com o azul intenso das hortênsias que decoram a paisagem, o Faial cativa-nos de imediato. Talvez por isso, o escritor Raul Brandão tenha batizado este pequeno pedaço de terra de “ilha Azul” na sua obra “As Ilhas Desconhecidas”.
A ilha, em forma de pentágono, está separada do Pico apenas por 8,3 quilómetros e deve o seu nome à abundância de faias das ilhas aquando do povoamento, no século XV. Mas é a paisagem escura e árida, quase como se estivéssemos a pisar a Lua, uma das suas maiores atrações.
Pela sua beleza singular e pelos fenómenos naturais que muitos moradores ainda recordam, o vulcão dos Capelinhos merece uma visita demorada. O seu nome deve-se à existência dos ilhéus dos Capelinhos que, na altura da erupção do vulcão, em setembro de 1957, ficaram ligados a terra.
O farol, com 113 anos de existência, ficou parcialmente soterrado com as cinzas vulcânicas, deixando de funcionar. Durante 13 meses, o vulcão assustou uns e admirou outros, obrigando muitos moradores a emigrar para os Estados Unidos, uma vez que as suas casas e campos ficaram completamente destruídos.
Atualmente, o vulcão está em fase de repouso, apesar de ser considerado um vulcão ativo, e a paisagem, que se alterou profundamente, não deixa ninguém indiferente. Para compreender as suas características e o rasto de destruição que causou, vale a pena conhecer o Centro de Interpretação do Vulcão.
A marina, na Horta, capital da ilha, com a imponente montanha do Pico, na ilha vizinha, a mostrar-se ao sabor da vontade das nuvens, é outro local de visita obrigatória, assim como o célebre e mítico Peter Café Sport, que convida a um brinde com um “gin do mar”.
Helena Simão é blogger do Starting Today
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