A fachada é deslumbrante e sobressai o estilo Arte Nova.
Revestida a azulejos castanhos, com sete vãos, todos diferentes, todos vistosos, todos chamativos. Com varandas redondas, triangulares ou minúsculos varandins em ferro forjado. Com efeitos decorativos em azulejos, estuque ou vitrais.
A fachada é arrematada no terraço com uma fila de flores de lis e colunas verticais em pedra trabalhada circundam o vistoso trabalho imaginativo. A enorme diversidade de elementos decorativos surpreende e encanta quem passa.
“Se tivéssemos direito a cinco cêntimos por cada fotografia que tiram à fachada, tínhamos uma fonte de rendimento muito grande. É constantemente.”
A descrição é de Gilberto Rebola, o gerente do Águias d’Ouro. Ele refere ainda que “a fachada está a precisar de algum restauro e as obras estão previstas para Julho de 2023.”
A fachada é o melhor chamariz para novos clientes. “Algumas pessoas, só por verem a fachada, querem ir para o restaurante.”
No primeiro andar funciona o restaurante que foi inaugurado em 1964, anos mais tarde após a inauguração do café.
Tem vista para o Rossio por duas das vistosas varandas da fachada.
O terceiro piso foi usado para habitação pelo proprietário do prédio.
O café foi um importante ponto de encontro de parte da sociedade estremocense, designadamente com tertúlias. “Era uma grande equipa, mas, infelizmente, a maioria já faleceu. Ainda aparecem cinco ou seis.”
A decoração interior não mudou muito no café ou no restaurante. “A área do café está mais ou menos igual. Havia um balcão, muito bonito, mas tivemos de o retirar porque já não era funcional. No entanto, o mobiliário é o mesmo. No piso de cima, no restaurante, também mantém as mesmas caraterísticas.”
O mobiliário, com cadeiras em pele, as pinturas com motivos alusivos a Estremoz e Évora e uma escultura das águias douradas marcam ainda a decoração antiga, como também as colunas revestidas a tijolo.
No restaurante alguns tetos têm também o revestimento a tijolo.
O café chegou a estar fechado durante cerca de três anos e a partir de 2004, quando Gilberto Rebola, primeiro em sociedade, e depois quando passou para a gerência, foram realizados alguns restauros. A arquitetura e a decoração despertam-lhes a atenção.
“Cerca de 50% dos clientes são de fora. Em particular ao sábado que é quando temos mais movimento. Gostam do edifício, entram, gostam e alguns acabam por voltar.”
Muitos vêm à procura da gastronomia local, que são os pratos mais conhecidos do restaurante e onde complementam com cozinha gourmet.
O café Águias D’Ouro está classificado como Imóvel de Interesse Público.
O singular café Águias d’Ouro em Estremoz faz parte do programa da Antena1 Vou Ali e Já Venho e a emissão deste episódio pode ouvir aqui.
Comentários