O Museu da Lourinhã fica no centro urbano. É um edifício de dois pisos e é enganador. É muito maior do que parece. Tem várias salas de exposição, um jardim jurássico e a réplica de uma casa tradicional.
Por aqui se percebe que o acervo é variado, não se fica pelos dinossauros. Há muito mais em termos de paleontologia, arqueologia e também uma vasta área etnográfica.
No entanto, a maior viagem no tempo é à época dos dinossauros, com cerca de 200 milhões de anos. Estão em exposição “fósseis, muitas réplicas e a história contada de uma forma clara dos dinossauros da Lourinhã.”
Seguindo as palavras de Bruno Batalha, que foi nosso guia, na região da Lourinhã “foram descobertos o Miragaia longicollum (tem um pescoço longo), o Lourinhanosaurus, com descobertas nos EUA e também grande parte aqui.
Foi igualmente descoberto um ser aquático, que não é um dinossauro, e que foi encontrado nas nossas praias. Destas três espécies encontramos no museu vários fósseis e réplicas reais.”
Um dos testemunhos com mais relevância é um ninho de ovos de dinossauro. Refere Carla Tomás, responsável pelo laboratório do Museu, que “entre o espólio incrível de dinossauros, temos fósseis excecionais como é o caso dos ovos com embriões. São ovos de Lourinhanosaurus antunesi, encontrados na Lourinhã e que têm cerca de 152 milhões de anos.”
Ao percorrermos o espaço vemos ainda reconstituições dos esqueletos (uma em 3D), réplicas, fragmentos de membros, do crânio ou da cauda. São várias as peças que remetem os visitantes para um universo que procuramos imaginar.
Bruno Batalha acrescenta outra reação do púbico: “tendem a comparar com animais de hoje em dia”. Por outro lado, a reação é comum entre pessoas de diferentes gerações, “em todas causa surpresa”.
A exposição permanente tem como tema Aqui Nasceu o Atlântico e revela achados arqueológicos de outras espécies e de história natural.
No exterior, a época dos dinossauros é reconstituída com um pequeno jardim jurássico.
“Temos as plantas do tempo jurássico na Lourinhã. Algumas reconstituídas a partir desta região, outras replantadas e provenientes da China e do Japão.”
O jardim tem ainda réplicas de dinossauros no meio das plantas e um pequeno espaço com areia para as crianças despertarem para a paixão das escavações arqueológicas.
O jardim leva-nos ainda para a parte expositiva etnográfica e que resultou de uma forte vontade da população da Lourinhã em querer preservar parte do seu património cultural. Vemos uma habitação com decoração e mobiliário rural, uma “réplica de uma casa saloia”.
Seguem-se várias salas com objetos associados em particular a profissões. É um acervo grande, muito variado e que nos surpreende.
Tem ainda outra particularidade de parte significativa do acervo ter sido oferecido pela população.
Por último, é de referir que o museu procura dar sequência ao trabalho científico que esteve na origem da sua criação, em 1984, pelo GEAL – Grupo de Etnologia e Arqueologia da Lourinhã.
Um dos instrumentos é o laboratório que podemos ver no interior do museu. Conta com a participação de investigadores e voluntários, alguns deles estrangeiros.
O ninho de ovos de dinossauros é um dos fósseis “excecionais” do Museu da Lourinhã e do Mundo faz parte do programa da Antena1 Vou Ali e Já Venho e a emissão deste episódio pode ouvir aqui.
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