Veneza é uma cidade bela em qualquer estação, mas no inverno parece ter uma beleza especial que acrescenta dramatismo à sua aura romântica.
No inverno, é mais fácil perder-se pelos canais e fugir dos turistas. É mais fácil sentir a essência da cidade onde cresceu Marco Polo e onde, certamente, tantas vezes terá sonhado em partir para descobrir novos mundos e conhecer novos povos.
Também dou por mim a sonhar acordada e a imaginar outros tempos em que Veneza era ainda mais gloriosa e monumental. Tempos em que os palácios se engalanavam para receber bailes de máscaras e amantes trocavam promessas de amor no escuro.
Começo o passeio em S. Zaccaria e sigo para a Ponte dos Suspiros onde, conta a lenda, suspiravam os presos ao ver o mundo pela última vez antes de entrarem na prisão.
Sigo para a Praça São Marcos e paro a observar o movimento. Tantas gôndolas, tanta gente… Não faltam as habituais filas para entrar na Basílica de São Marcos e no Palácio Ducal. E lá estão os turistas (eu incluída) a fotografar cada milímetro de parede, cada mosaico e escultura. Tentando reter todas as memórias e guardar talvez um pouco da história desta cidade que já foi um Estado.
Afasto-me das ruas mais populares e sigo para o Campo Manin, e vejo um magnífico Leão Alado - o símbolo de Veneza.
Começo a explorar as ruas estreitas em volta e entro num beco sem saída. Podia ter sido mau mas não, para minha surpresa descubro uma pérola escondida, um edifício surpreendente: o Scala Contarini del Bovolo.
Veneza é assim, cheia de segredos.
Não está quase ninguém lá. Subo devagar a grande escadaria e aprecio a mistura de estilos Gótico, Renascentista e Bizantino do edifício. No topo a maior prenda: uma vista incrível da cidade!
Continuo por pequenos canais, afastada dos turistas, onde tudo está calmo com excepção das ocasionais gôndolas que uma vez por outra passam por baixo das pontes e levam casais apaixonados que pagaram uma serenata a peso de ouro ao gondoleiro - ser romântico, às vezes, pode custar caro.
Sigo agora para o Rialto, a ponte/mercado mais famosa da cidade.
O sol está a pôr-se e é a altura ideal para parar e apreciar uma bela refeição com vista para o Grande Canal. Começo com um Spritz, porque em Veneza há que ser Veneziano (podem ver a receita deste delicioso cocktail aqui).
Depois do jantar, regresso à Praça de São Marcos e paro no Florian, o mais antigo e tradicional café de Veneza. Peço um chocolate quente. Na rua músicos contratados pela casa animam os turistas com belas melodias.
Fecho os olhos, oiço a música e saboreio o chocolate quente. Que belo dia…
Veneza, estou outra vez apaixonada por ti!
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Artigo originalmente publicado no blogue The Travellight World
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