Veneza é o reduto dos apaixonados, o local do romance por excelência. E, verdade seja dita, embora seja uma cidade igualmente boa para visitar com amigos, é de facto, um local excepcionalmente romântico. Não há como perder-se de mãos dadas pelas ruas e vielas de Veneza, enquanto o sol se põe, pintando de dourado tudo o que nos rodeia.
Provavelmente, já ouviram muitas opiniões negativas sobre a cidade, a mais comum, relativa ao mau cheiro. Bom, aqui pode ser uma questão de sorte e planeamento da viagem, uma vez que se forem em pleno verão, com temperaturas altíssimas, é mais provável que as águas exalem algum tipo de odor menos agradável. Na parte que nos toca, não sentimos nada disso, e embora não seja uma das nossas cidades favoritas, não deixa de ser uma das que recomendamos visitar. Por isso deixamos aqui algumas dicas para facilitar o planeamento. Para que, uma vez lá, a única preocupação seja desfrutarem de Veneza e da vossa companhia.
Como chegar lá
Há dois aeroportos a servir a cidade, o aeroporto Marco Polo a cerca de 8Km, e o aeroporto de Treviso a cerca de 40Km. Há companhias aéreas low cost a voar para este último (com escalas) a partir de Lisboa, com preços a rondar os 180€, e a partir do Porto, com preços na ordem dos 130€. Se optarem por voar diretamente para o aeroporto Marco Polo, contem pagar pelo menos o dobro pela viagem.
Se optarem então por um voo low cost, para o aeroporto de Treviso, depois de aterrarem, a melhor opção de transporte até Veneza é o autocarro direto que faz o trajeto em cerca de 40 minutos por um custo de 12€. Vejam mais informações aqui.
Aterrando no aeroporto Marco Polo, têm o mesmo serviço direto de autocarro por 8€, ou a opção de autocarro aquático, por 15€.
Onde ficar
A zona central de Veneza é São Marcos, logo se pretende ficar hospedado bem no centro é aí que deve procurar. O Hotel Casanova, um quatro estrelas de decoração clássica bem ao estilo veneziano, serve bem esse propósito, pelo que fica aqui como sugestão.
Como em qualquer cidade, quanto mais central o alojamento, mais caro será, portanto para limitar o orçamento, o ideal é procurar opções noutras zonas, como Cannaregio ou Santa Croce. Na verdade, estas zonas são até melhores para quem chega a Veneza de comboio ou autocarro, uma vez que são as mais próximas das estações, evitando grandes deslocações com a bagagem a reboque, o que pode ser bem chato em determinadas zonas de Veneza. Além disso, a partir daqui conseguem facilmente chegar ao centro de vaporetto ou com uma caminhada de cerca de 30 a 40 minutos. Nesse sentido, sugerimos o hotel Villa Rosa, bastante próximo da estação central.
Se o vosso orçamento não tem limite e querem mesmo é sentir-se especiais, nada melhor do que alojarem-se no Hotel Danieli, o cinco estrelas que ficou famoso no filme “O Turista”.
O que comer
Os trunfos gastronómicos de Veneza são sem dúvida o peixe e os frutos do mar. Pizzas e risotos são também algo a não deixar de fora na lista do que comer, e, se envolverem, frutos do mar, então melhor ainda.
Se ao final da tarde, virem toda a gente nas esplanadas a tomar uma bebida laranja, não fiquem para trás e façam o mesmo, não se vão arrepender. O Spritz ou Aperol Spritz é um aperitivo originário desta zona, feito com vinho branco, água com gás e Aperol ou Campari. Toda a gente o bebe, dos mais novos aos mais velhos.
Quanto a recomendações de restaurantes, não é tarefa fácil, por um lado porque nem sempre é fácil encontrar algumas moradas de Veneza, por outro lado, porque há inúmeros restaurantes super turísticos a cobrar valores astronómicos.
Não se esqueçam que todos os restaurantes cobram taxa de serviço, entre outras, muitas vezes não incluídas no preço inicial, portanto, na hora de fazer contas não se esqueçam de verificar isso.
Ainda assim, é possível fazer refeições (mais ou menos) baratas em Veneza. Há imensas lojas que vendem pizza à fatia, uma excelente opção para almoço.
Outra opção mais acessível e, ao mesmo tempo, bastante típica, são os cicchetti, refeições à base de petiscos, que combinam mesmo bem com um copo de vinho. Aqui deixamos uma recomendação, a Enoteca da Roberto - Aziende Agricole, com deliciosos cicchetti e preços acessíveis.
Para uma refeição mais demorada, o Ristorante Antica Sacrestia é a nossa sugestão, com um ambiente mais intimista, refeições típicas e saborosas e preços não muito caros para os padrões de Veneza.
Se pretenderem afastar-se um pouco da agitação da Praça de São Marcos, mas sem a perder de vista, podem apanhar o vaporetto até Giudecca e fazer uma refeição no La Palanca, de preferência na esplanada, observando a magnífica paisagem de São Marcos de outra perspetiva.
E já que falamos na Praça de São Marcos, um dos melhores conselhos que vos podemos dar é: percam um pouco o amor ao dinheiro e paguem os 10€ que custa um café no Café Florian, mesmo no Centro da Praça. Este é o café mais antigo do mundo ainda em funcionamento, tendo sido inaugurado em 1720 e, mais do que um café, estarão a pagar por uma experiência. A decoração clássica e a imponência do seu interior são um regalo para os olhos, e a música clássica tocada ao vivo na esplanada, um regalo para os ouvidos.
O que fazer
O melhor a fazer nesta cidade flutuante é perder-se. O que é bastante fácil, deixem-nos dizer-vos, mesmo de mapa em punho. Por isso, relaxem e deixem-se ir, vagueiem e explorem cada recanto, cada viela, cada ponte, cada praceta. Essa é a melhor forma de viver Veneza.
Claro que pelo meio há atrações que não podem deixar de visitar, sendo a mais famosa de todas elas a Praça de São Marcos, onde vai encontrar a maior parte dos monumentos que deve visitar.
Comecemos pela Basílica com o mesmo nome, cuja magnífica fachada merece uma observação atenta, visitando depois o seu belo interior. Mesmo ao lado da Basílica, encontra-se o Palácio Ducal, antiga fortaleza e prisão, ao qual vale a pena dedicar algum tempo. Faça uma visita guiada ao seu interior e descubra a cela onde esteve preso o famoso aventureiro e galã italiano Casanova, ou atravesse a não menos famosa Ponte dos Suspiros, que dá acesso aos calabouços do Palácio. Se no final da visita sobrar fôlego, suba o campanário de São Marcos, outro dos símbolos venezianos. Com 98 metros de altura é a torre mais alta da cidade, por isso, uma vez lá em cima terá a melhor vista panorâmica sobre Veneza e as ilhas vizinhas.
Nesta altura, talvez já esteja um pouco cansado, por isso, entre num vaporetto, os autocarros aquáticos, e faça uma viagem pelo Grande Canal, o maior e mais importante canal de Veneza. Fazendo esta viagem poderá apreciar vários pontos de interesse tais como o Palácio Ca’ d’Oro, a Galeria da Academia, o Palácio Ca’Rezzonico, a Igreja Santa Maria della Salute e a famosa Ponte Rialto. O bilhete tem o custo de 7,5€ para 75 minutos, durante os quais pode sair e voltar a entrar noutro vaporetto quantas vezes quiser. Termine a sua viagem na Ponte mais famosa de Veneza, a Rialto, e aproveite uma das esplanadas.
Para os amantes de arte sugere-se uma visita à Galeria da Academia, onde encontrarão obras de Canaletto, Tintoretto e Tiziano, entre outros.
Como última sugestão de visita, fica o Teatro La Fenice, um dos mais espetaculares do mundo, cujo nome assenta que nem uma luva, visto que já ardeu e renasceu das cinzas por duas vezes ao longo da sua história.
Para terminar, porque um dos cartões postais de Veneza são as gôndolas, nada como um passeio numa destas famosas embarcações. Contem pagar mais ou menos 60€ por um percurso de 20 minutos, onde serão transportados por um gondoleiro vestido a preceito e que, na maioria das vezes, vai cantar para vocês. O preço pode parecer um pouco caro, mas não se esqueçam que é por viagem e não por pessoa, além de que não andarão de gôndola em mais nenhum lugar do mundo.
Quanto tempo ficar
Dois dias são suficientes para conhecer o essencial de Veneza. Se dispuser de mais tempo, pode sempre explorar outras igrejas e monumentos e visitar as ilhas vizinhas, como Murano, famosa pela indústria do vidro, e Burano, pelas suas casas coloridas. Se puder, evite os meses de verão pelo calor excessivo e pela enchente de turistas.
Se já leu tudo, espreite a fotogaleria e deixe-se apaixonar ou reapaixonar por Veneza.
Comentários