Localizada nas margens do rio Dommel, a cidade cresceu rapidamente com o estabelecimento da empresa Philips em 1891, e a sua importância industrial foi reforçada mais tarde com a fundação da DAF, o conhecido fabricante de caminhões.
Vincent Van Gogh, que viveu e pintou na vila vizinha de Nuenen, também é uma referência nesta cidade que transborda de criatividade. Ao contrário de outras cidades industriais que com o tempo foram ultrapassadas e caíram em ruína, Eindhoven soube sempre reerguer-se como uma fénix das cinzas.
Basta dar uma volta pela Strijp S para ver o que um pouco de imaginação pode fazer por um lugar: lojas pop-up e trendy cafés nas traseiras de velhas fábricas, restaurantes que ocupam antigos armazéns e até mesmo um hotel construído numa fábrica desativada. Eindhoven conseguiu manter-se fiel às suas raízes e ao mesmo tempo requalificar todo o seu antigo parque industrial.
Por causa da sua conexão com a gigante eletrónica Philips (que no inicio produzia lâmpadas de filamento de carbono), Eindhoven é conhecida como "Lichtstad", ou a Cidade da Luz.
Na verdade, poucos sabem que esta foi a primeira cidade a ter esta designação e não Paris. Alguns afirmam que a designação é ainda mais antiga e remonta a 1870 quando a primeira fábrica dos Países Baixos dedicada à produção de fósforos abriu nesta região.
Fazendo jus ao seu título, em novembro festeja-se em Eindhoven o festival de luz GLOW. Um grande evento onde artistas e designers apresentam instalações artísticas e obras de arte inovadoras e únicas que usam a luz, novas tecnologias, sensores, animação e técnicas de projeção.
Artistas nacionais e internacionais participam do festival e as suas obras são montadas ao longo de uma rota que podemos percorrer a pé.
Mas Eindhoven tem mais para oferecer do que o Festival Glow. Há museus, parques e muitas atrações que vale a pena conhecer.
De entre os museus, destaco o Van Abbemuseum, que possui uma das maiores coleções de pinturas do mundo de El Lissitzky — artista, designer, fotógrafo, tipógrafo e arquiteto russo —, cuja obra exerceu grande influência na Bauhaus e nos movimentos construtivistas. Ele foi pioneiro nas técnicas de produção e soluções estéticas que viriam a dominar o design gráfico ao longo do século XX.
O Van Abbemuseum abriga também obras de Pablo Picasso e Kandinsky, entre outros.
O Museu Philips é outra atração incontornável da cidade, instalado perto da fábrica onde Gerard Philips produziu, pela primeira vez, as suas lâmpadas incandescentes, este espaço mostra como um pequeno negócio cresceu até se transformar numa das maiores empresas do mundo.
Quem gosta de futebol não pode perder o Museu do PSV Eindhoven. Uma visita guiada vai permitir conhecer toda a história do clube.
A cidade de Eindhoven, apesar da sua vertente industrial, tem belos espaços verdes e o Genneper Parken é um dos mais populares. Localizado junto dos rios Tongelreep e Dommel, tem trilhas agradáveis que podemos explorar a pé e descobrir coisas tão encantadoras como o Moinho de Genneper.
A Igreja de Santa Catarina, a mais bonita igreja de Eindhoven, merece igualmente uma visita. O edifício, em estilo neogótico, data de 1867 e foi muitas vezes danificado pela guerra e pelo fogo, mas conseguiu manter-se de pé e atualmente incorpora uma série de referências simbólicas ao trabalho de Joseph Thijm, um dos escritores mais conhecidos da Holanda.
As maiores atrações da igreja são os seus belíssimos vitrais e as duas torres góticas gémeas, cada uma com 73 metros de altura, conhecidas como David e Maria.
O meu último destaque vai para Nuenen, uma vila localizada a apenas oito quilómetros de Eindhoven, que se tornou famosa porque Vincent Van Gogh ali viveu e pintou entre 1883 e 1885.
Dentro da vila encontramos o Vincentre — um centro cultural dedicado ao pintor que nos permite descobrir mais sobre o seu trabalho e sobre o tempo em que viveu em Nuenen.
Uma das atividades do centro é realizar passeios que conduzem os visitantes a mais de 20 locais associados ao artista. Nestes locais, onde Van Gogh pintou e desenhou, foram instaladas colunas de informação que estão posicionadas de modo a que consigamos ver o que ele viu quando se sentou ali para desenhar ou pintar, e algumas estão equipadas com um comentário áudio. Ao pressionar o botão, ouvimos uma história contada por Vincent.
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Artigo originalmente publicado no blogue The Travellight World
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