E de facto é aos soluços que vamos viajando nesta altura: não se percebe muito bem quando e como. A verdade é esta. Mas quanto à viajante portuguesa que ainda está a cirandar pelo México, os soluços são outros pois a Beatriz (@beatrizccaetano) tem sido muito corajosa em tempos de pandemia. E nem me fala sobre as notícias que já providenciam esperanças do fim deste confinamento. A sua coragem não é pela crise mundial de saúde, pois no México (em todas as zonas mais turísticas) ela não vê máscaras, nem doença - apesar de "ela" andar por lá também. Mas, quem não vê máscaras, pode também não ver corações. Invertendo um pouco o provérbio sobejamente conhecido, a verdade é que a viajante tem passado alguns episódios de trazer o seu (e o nosso) coração à boca – os valentes soluços – nas recentes trilhas pelo México.

Ora depois de um naufrágio bem descrito, de um salvamento sem ataque do crocodilo bem-humorado e após um tiroteio do qual se salvou, será que a Beatriz está pronta para regressar quando por aqui já se começa a ouvir o verbo ‘desconfinar’? Não, é que vos garanto que a cada soluço a Bia encontra solução. E, parece que sem travar ciclos do sono, ela mostra precisamente soluções: o que importa é continuar a viajar, a perspetiva é tudo. Ela contou-me estes dias algo que fará nas horas todas de um só dia: “Vou fazer um tour de quatro cenotes num só dia (…) vou-te enviar fotos – ela comprou uma máquina apropriada para captar imagens debaixo de água - agora não consigo que preciso de comida!". Sempre espirituosa e animando o meu acordar enquanto ela estaria a jantar e talvez pronta para se deitar. Depois ocorreu-me que não se iria deitar cedo, pois enquanto me dizia isto e muito mais o som de fundo era bem elevado e anunciava a música mexicana que inebria as paisagens atuais da portuguesa em terras de chapéus longos e latinos.

Ela continua enquanto reparo que está a saborear a refeição: “(…) a seguir ao tiroteio (…) os crocodilos não te esqueças (abre a boca e escapa-lhe um bocejo de sono)… fiz praia.” O sorver de comida picante mexicana interrompe a voz da Bia. Depois confessa que está muito feliz com a maresia, mas que o sol não tem sido muito simpático pois o que impera é o vento. E nuvens. Mas calor, isso é ponto assente. Basta ver o seu sorriso rosado. A propósito do vento já sabemos que nesta altura podemos fazer desporto por ali: “vi muito kite surf e eu vou ter de fazer também.”

De soluços para soluções: a nossa contagem crescente de desconfinar não importa à portuguesa que ainda não voltou dos sustos no México

Receio que ela vá embora após jantar, receio que aquela ‘musiquinha’ pare e prolongo: então e como são as pessoas? Ela explica deste modo: “Estico o dedo e passado três minutos pára um carro, pessoas amáveis e dispostas a ajudar. Têm uma característica que nós também temos (para mim não é correta, mas pronto) que é ser subservientes.” Ela fala da hospitalidade e humildade hoteleira, tanto no México, como em Portugal. Confessa-nos: “Estou apaixonada por elas”. Elas são as pessoas do México. Será que a nossa portuguesa nos vai abandonar e ficar a viver noutro continente?

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