“Onde é que ficámos? Estou em Tulum, praias lindas, lindas. Hoje fui ver um cenote!”. A Beatriz resume e depois é que vai, lânguida, debitando pormenores que não me param a mão nestas teclas. Sinto que estou a fazer uma reportagem desde o fim de janeiro com ela. E reencontro-me nesta amálgama e transporto-me para o outro lado do Atlântico, no México. Quase sinto a viajante portuguesa aqui na porta ao lado. Partilhamos momentos, sempre entrecortados pelo fuso horário ou pela internet que está na fase crítica de banda larga como sabemos, mas seja como for partilhamos os segredos… esses não se escrevem. Fazem parte da alma dela.
A Beatriz (@beatrizccaetano) continua a comparar preços para sabermos tudo: México continua a bater recorde de valores mais baixos por comparação com Costa Rica e Panamá. Mas também entre zonas do México ela reitera: street food é a opção a seguir (tacos, sobretudo), alojamento possível a 10 euros por noite, em Tulum. Contudo entre Tulum e a Cidade do México, as coisas modificam-se, sendo que no primeiro destino os preços avultam, mas nada que esfrie a vontade e a estadia.
E a COVID-19, pergunto? Liberdade confirmada de novo, assim continuamos seguros para embarcar com a Beatriz que vai enchendo a mochila e a alma de milhas. A cerca de um mês e dez dias fora de Portugal, ininterruptamente, ela já deve ter mudado tantas vezes aquela mochila que adorava ver o que lá vai dentro. Aliás vou perguntar-lhe! O que acham?
E na bagagem de vida? Decerto a minha Bia já tem um peso consideravelmente magnífico: cruzamentos com pessoas, culturas, templos, fronteiras, tempestades, bicicletas e jipes, animais exóticos, praias fogosas e perigos! Mas, ainda, sobre uso da máscara: praias repletas de nativos e turistas a respirarem liberdade, sem indicadores de casos de infeção. Igualmente em festas, sim lá elas ocorrem de forma bem latina. Todavia, tudo controlado e saudável. Ora aqui encontramos o que eu chamo de mais um bom pulmão do planeta. Conhecem a série “Os 100” da Netflix? Pois, vou revivendo cada episódio na caminhada real da Beatriz Caetano, pois ela parece também uma das poucas pessoas a salvo no planeta Terra e que o está a visitar pela segunda vez para garantir que o solo é seguro e o ar é respirável. E é, boas estas notícias!
No final da tour a um dos templos emblemáticos da cultura Maia, o dia foi celebrado com um brinde no shuttle com uma cerveja oferecida pelo guia. O guia e os turistas brindaram e em língua Maia (imagine-se… ou melhor: veja, ouça, pois a Beatriz envia vídeo com uma pessoa a brindar na língua antiga!). Aprendeu palavras que não esquecerá, não pelo significado linguístico, mas pelo facto de ter sido um gesto em que amabilidade e respeito se uniram no tocar de copos plenos de cerveja. Ah, e a cerveja tinha estrela-de-anis.
Sobre o cenote confessa que achava que poderia ser mais azul, mas a paisagem e a sensação são indescritíveis. A cor até perde valor pois os cenotes são áreas com águas profundas (subterrâneas) onde os Maias faziam os sacrifícios. Hoje são dos pontos mais procurados no México.
De repente a Bia alerta: “Bem, ontem foi um dia com mega-aventuras: aluguei um caiaque para ir ver um cenote com crocodilos, amiga!”.
E deixo, de propósito, um suspense pois a Beatriz desapareceu umas valentes horas e... o que terá acontecido?
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