Talvez por ser a menos diferente não me tenha encantado tanto quanto as outras cidades indianas. Quando se viaja sozinha, as pessoas que conheces são um ponto muito importante e, como aqui não conheci mais nenhum viajante, isso talvez também possa explicar o impacto menor que Calcutá teve em mim.
Tive a sorte de conhecer um indiano anteriormente, em Agra, que era natural de Calcutá e estava na cidade nestes dias que eu lá estava. É o Srinjoy e fui eu a levá-lo a recantos de Agra para ver o pôr-do-sol com vista para o Taj Mahal - durante a minha experiência de voluntariado. E ele é que é o indiano... irónico. Já tinha combinado com ele para nos encontrarmos quando estivesse em Calcutá e assim foi.
Ele estava trabalhar mas ainda assim mostrou-me um pouco da cidade de manhã. Estive na festa de aniversário de um amigo dele indiano que se tratava de uns comes e bebes sentados em uns banquinhos numa estrada sem trânsito. Muito giro! Eram todos tão simpáticos! O Srinjoy também me levou a provar alguns petiscos tipicamente indianos e ainda nos cruzamos com um ministro qualquer que devia ser muito importante, pois quando estávamos a falar com ele apareceu uma adolescente indiana a dizer que admirava muito o seu trabalho.
Portanto, a maior parte do tempo em Calcutá estive mesmo sozinha. Mas a cidade não é assustadora, foi super tranquilo. Só me desloquei a pé, portanto, andei sempre por perto de onde estava hospedada que era perto do Victoria Memorial - a maior atração turística. O seu jardim, mesmo ao lado, era muito relaxante pois a ambiência está envolvida com um som indiano muito calmo. Agora gosto muito de música indiana, até tenho umas favoritas.
Houve um dia em que fui para o jardim para descansar um pouco. Quando me deitei na relva, soaram apitos. Vem o segurança do parque ter comigo e acautela-me de que não me posso deitar. Só posso estar sentada. Para a maioria das pessoas não fará muito sentido, mas regras são regras.
Visitei ainda a Catedral de São Paulo, o Bila Mandir que, infelizmente, estava fechado e ainda um templo mais afastado da cidade, o Dakshineswar Kali, para o qual fui de Uber partilhado. Neste templo não vi um único turista. Parecia muito interessante pelas fotos da internet, mas a realidade é que não há muito para ver.
Conhecer Calcutá é ver que a Índia tem tantas facetas diferentes dentro do mesmo país, tão grande e encantador.
Por Paula Carvalho, autora do blogue While You Stay Home
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