A região do Douro é provavelmente, em conjunto com a cidade do Porto, a região do país onde o turismo, nacional e internacional, mais cresce. Os encantos naturais, patrimoniais, e culturais da região atraem visitantes de todo o mundo, e até os portugueses estão a redescobrir o Douro.
Classificado como Património Mundial da Humanidade pela UNESCO desde 2001, o Alto Douro Vinhateiro é, claro, mais conhecido pela sua paisagem de socalcos e vinhas, e pelo seu produto mais afamado: o vinho do Porto e de mesa. A área eleita pela UNESCO abrange 13 concelhos, e representa dez por cento da Região Demarcada do Douro. Desta região, a zona que é talvez menos conhecida dos turistas é o Douro Superior, abrangendo os concelhos de Mogadouro, Freixo de Espada à Cinta, Torre de Moncorvo e Vila Nova de Foz Côa.
Vila Nova de Foz Côa é a cidade sede do concelho, na margem sul do Douro, junto à confluência do rio Côa, e situado no distrito da Guarda. Este concelho tem um rico património arqueológico, do qual a imagem de marca são as gravuras rupestres paleolíticas no vale do rio Côa, classificadas também como Património Mundial da Humanidade pela UNESCO, testemunho da ocupação humana desta região pelo menos desde há quase 30.000 anos. Mas o património cultural de Vila Nova de Foz Côa não se esgota aí; castelos, castros, e igrejas povoam o concelho e fazem as delícias dos visitantes mais amantes da história.
Claro que a natureza não fica atrás. No Douro Superior, a presença dos socalcos não é tão marcada como na Régua e Pinhão, mas é precisamente o equilíbrio entre o Douro selvagem e o Douro domado pelo Homem que faz desta região única no panorama do Douro Vinhateiro. Há vários miradouros (maravilhosos e que deve espreitar) no concelho onde se pode pasmar com a magnificência da paisagem aquém e além Douro.
Mas uma visita ao Douro Superior não fica completa sem se provar a sua gastronomia. Existe uma variedade de pratos de carne, passando pelo cabrito, o javali, o cozido à portuguesa, a perdiz, o arroz de cabidela, ou feijoada à trasmontana. Mas o peixe também é rei no Douro. O peixe do rio, está claro (ainda que o bacalhau também esteja presente em todas as mesas transmontanas). Pescado no rio Douro e nos seus afluentes, o peixe do rio é tradicionalmente confeccionado em escabeche ou frito, e constituiu uma das iguarias da região, atraindo os paladares de visitantes, mas também dos habitantes locais, que se deliciam com este prato típico.
E nada melhor do que combinar na perfeição o desfrutar da paisagem duriense no seu expoente, e o degustar desta iguaria, visitando o restaurante “Petiscaria Preguiça”, situado mesmo junto ao Douro, quase ao lado da estação ferroviária de Freixo de Numão – Mós do Douro. De Vila Nova de Foz Côa, seguindo-se pela EN 222 até Freixo de Numão, e depois em direcção ao rio Douro, chega-se a este local idílico, em frente à ponte ferroviária, por onde o comboio ainda passa dez vezes ao dia, cinco em direcção ao Pocinho, as outras cinco em direcção à Régua.
A paisagem do rio e suas margens é deslumbrante, mas os pratos servidos à mesa não lhe ficam atrás. O peixe do rio frito é um dos pratos que atrai os visitantes, servido com uma salada mista, e com molho à base de alho à parte, tudo regado com vinho branco da casa. E enquanto o seu paladar se deliciará com o peixe do rio, o seu olhar será arrebatado pela beleza da paisagem à sua frente. Uma combinação perfeita, uma excelente forma de conhecer melhor o nosso país, explorando a região do Douro, e experimentando uma das iguarias da sua rica gastronomia. Não deixe, no entanto, de provar outras iguarias, como a sopa de peixe.
Aventure-se pela região do Douro, desfrute da sua beleza natural, conheça o seu património, e delicie-se com os seus pratos regionais, e os seus vinhos. Não se arrependerá.
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