Em Salvaterra de Magos, no Cais da Vala podemos encontrar um ou outro pescador com as enguias no final da faina, ou então a serem arranjadas.
Era o caso de Emilia Girão que, com outra pessoa, estavam “a amanhar as enguias. A tirar a tripa. Têm de ser bem lavadas que é para tirar a serradura que utilizamos para as segurar. Depois lavam-se e seguem para o restaurante.”
Emilia Girão apanhava as enguias com perícia, tarefa que não é fácil. Uma mão cheia de serradura para o balde onde estavam as enguias para depois as segurar uma a uma e vivas.
Estava sentada próximo de uma das casas de madeira onde os pescadores arrumam os instrumentos de pesca, mesmo ao lado da Vala Real, mas a proveniência das enguias era do Tejo. “A vala dá muito pouca pesca. Permite o acesso ao Tejo e é para onde vão os pescadores”.
Emilia Girão também já andou à pesca no Tejo, seguindo a atividade dos sogros. “Foi sempre a atividade deles. Foi toda a vida a pescar e criaram também os filhos na pesca. Eu também andei na pesca.” Da sua experiência diz que não é fácil, “a gente farta-se de levantar redes e muitas não têm nada. Depende muito dos sítios e das marés.”
Esta é a época em que mais se encontra a enguia e o sável. Uma parte significativa da pesca das enguias segue para os restaurantes e a procura fez aumentar o preço. No passado, eram muito mais baratas. Emilia Girão diz que “não tem comparação. De há uns anos para cá é que isto começou a render alguma coisa”.
Ela não é grande apreciadora, “não é a minha comida referida. Em Salvaterra a tradição é fazerem frita e ensopado, mas mais frita.”
Em alguns concelhos desta região do Tejo decorrem até ao final do princípio de abril vários eventos dedicados à gastronomia com enguias.
Estamos na época das enguias faz parte do programa da Antena1 Vou Ali e Já Venho e a emissão deste episódio pode ouvir aqui.
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