“As pessoas sabem que café, Campo Maior e Espanha está tudo ligado.” A frase é de Catarina Balseiro do Centro de Ciência do Café. Eu acrescento um rosto a esta trilogia. A do comendador Rui Nabeiro.
O Centro de Ciência do Café é, em primeiro lugar, um legado pessoal. O testemunho do homem que criou um enorme empreendimento em Campo Maior e tem sido determinante para a sustentabilidade económica e social no concelho.
Em segundo plano, o Centro é uma montra de conhecimento, histórias sabores e aromas associados ao café. Uma viagem com a ajuda de meios digitais.
O espaço tem cerca de 3.500 metros quadrados e “é dedicado à história e cultura do café e com muitas funcionalidades interativas”, sublinha Catarina Balseiro que nos deu a conhecer os objetivos e o contexto da criação do Centro de Ciência do Café.
O visitante pode ter várias experiências. É interessante a forma como estamos no forno de torrar as bagas ou a sentir os diversos aromas de café.
Também ficamos a saber como foi o início das plantações na América do Sul e como os portugueses conseguiram as bagas para os cafeeiros no Brasil. Uma história de amores e ramos de flores, com as bagas escondidas, que devem fazer parte de um romance muito criativo.
A imaginação junta-se a dados científicos que nos levam até à rotina dos dias de hoje. “A visita está organizada de forma sequencial.
O inicio com a planta do café – em Portugal só há plantações na ilha de S. Jorge nos Açores -, a história em Portugal e no Mundo, a transformação, a comercialização e por último a zona da exposição e onde estão os barristas”.
Quando se chega à experiência do café os visitantes já percorreram vários espaços temáticos com muitos os objetos em exposição.
A antiga carrinha de distribuição ganha destaque mas há muitos mais. Desde instrumentos para a produção de café até ao requinte do consumo. Sublinha Catarina Balseiro que algumas “são peças antigas e o espólio pertence ao comendador Rui Nabeiro”.
Contam também a sua história de vida. Na verdade, narram igualmente muita da história das últimas décadas de Campo Maior, designadamente o contrabando de café para Espanha.
O Centro de Ciência do Café é muito visitado por estrangeiros, essencialmente espanhóis e é também uma âncora na economia local. Por outro lado, reforça o laço de Campo Maior com o café, um elo que permanece. Tudo começou com o contrabando do café. “Estamos a 14,5 km de Espanha. Ainda hoje as pessoas sabem que café, Campo Maior e Espanha, está tudo ligado.”
Centro de Ciência e história do café que “anda ligada com Campo Maior” faz parte do programa da Antena1, Vou Ali e Já Venho, e a emissão deste episódio pode ouvir aqui.
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