
Além de minimizar os danos causados pela degradação ambiental, pelo excesso de visitantes e pela erosão cultural, a TAT pretende gerar impactos positivos, revitalizando ecossistemas, fortalecendo as comunidades locais e preservando o património único do país.
Neste âmbito, a autoridade tem incentivado iniciativas que apoiam as culturas locais, promovam a biodiversidade e revitalizam as comunidades que sofreram com os impactos do turismo no passado. Esta iniciativa destaca o papel essencial dos próprios viajantes, cuja participação ativa é considerada decisiva para o sucesso deste modelo.
Na província de Chiang Mai, no norte do país, os turistas podem agora participar em atividades tradicionais de cultivo de arroz, apoiando tanto a paisagem agrícola como os agricultores locais. A experiência proporciona aos visitantes um contacto direto com a realidade local, ao mesmo tempo que gera rendimento para os agricultores e fomenta a valorização da cultura tradicional.
Na província de Buri Ram, no nordeste da Tailândia, o Centro de Aprendizagem sobre Zonas Húmidas e Grous-de-pescoço-vermelho oferece educação essencial sobre a conservação das zonas húmidas e os cuidados a ter com esta espécie de ave. É também um espaço de ecoturismo completo, onde todos podem aprender sobre estas aves não migratórias. O centro já devolveu mais de uma centena de grous à natureza, permitindo que esta espécie, outrora em perigo, volte a prosperar e a reproduzir-se no seu habitat natural.
Também os alojamentos na Tailândia estão a redefinir o conceito de ecológico, com enfoque na regeneração. O eco-lodge de luxo Soneva Kiri (agora denominado Kiri Private Reserve), na ilha de Ko Kut, é um exemplo importante. Com uma política de desperdício zero, o resort desenvolve projetos comunitários em colaboração com a população local. Muitos hotéis e pousadas estão a adotar fontes de energia renovável, a implementar medidas de poupança de água e a criar programas educativos que ensinam práticas sustentáveis aos turistas.
Outro pilar importante do turismo regenerativo na Tailândia é a promoção de produtos artesanais locais em detrimento dos souvenirs produzidos em massa. Artesãos que trabalham com têxteis, cerâmica e outros ofícios são incentivados a colaborar com o setor do turismo, permitindo que os viajantes adquiram peças que apoiam a economia local e valorizam o saber-fazer tradicional. Mercados como o Sunday Walking Street Market, em Chiang Mai, destacam estes produtos feitos à mão, incentivando uma cultura de “comprar local” e proporcionando aos artesãos uma fonte de rendimento sustentável.
Conservação do ambiente e da natureza
Sensibilizar os turistas sobre o valor cultural e ambiental das suas viagens é também o objetivo de iniciativas como o “7 Greens” da Autoridade de Turismo da Tailândia (TAT), que encorajam estes a explorar rotas menos conhecidas e a envolverem-se em atividades de baixo impacto, como estadas em casas de famílias locais ou refeições “da horta para a mesa”.
O país já começou a colher os frutos do turismo regenerativo. O encerramento da Maya Bay, na ilha de Ko Phi Phi Le, permitiu a recuperação dos recifes de coral e reabriu com restrições ao número de visitantes e a proibição de banhos, garantindo assim a continuidade da regeneração do ecossistema.
Em locais como o Parque Nacional de Khao Sok, o turismo regenerativo está alinhado com os esforços de conservação da fauna e flora únicas da Tailândia. Os programas de conservação convidam os turistas a aprender e a participar na preservação de elefantes, na restauração de recifes de coral e na proteção de espécies ameaçadas, como o dugongo e o golfinho de Irrawaddy. As atividades vão desde a plantação de corais no mar de Andamão até à monitorização de populações de vida selvagem em áreas protegidas. Outro exemplo
No sul do país decorrem projetos semelhantes de reflorestação de mangais, os visitantes ajudam a plantar árvores e aprendem sobre os ecossistemas marinhos com os líderes das comunidades. Estas iniciativas beneficiam o ambiente e também capacitam e elevam as comunidades locais.
Casos como este demonstram que o turismo regenerativo está a tornar-se uma realidade concreta na Tailândia, apontando um caminho possível para um futuro mais equilibrado e sustentável.
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