Quando procuramos fotos de Marraquexe, não são poucas as vezes em que nos aparecem fotos em sítios lindos com meninas em vestidos esvoaçantes. Esses sítios existem e são, sem dúvida, bonitos! No entanto, Marraquexe é muito mais do que isto. É caótica, suja e intensa. É uma cidade incrível, mas se não querem ter uma verdadeira desilusão, recomendo que continuem a ler para descobrirem umas quantas coisas que devem saber antes de visitar Marraquexe.
1. A localização do alojamento é (muito) importante
Marraquexe tem alojamentos magníficos e, muitos deles, a preços bastante em conta. Uma das experiências mais incríveis na cidade é ficar alojado num riad – uma casa típica que se caracteriza por ter um pátio interior. No entanto, a maioria destes riads fica localizado no interior da medina – zona dentro da muralha da cidade. E esta é a parte mais caótica da cidade. A maioria das ruas são estreitas, muitas delas autênticos becos, e algumas bastante escuras. Adicionalmente, os caminhos no interior da medina são muitas vezes labirínticos. Apesar de me ter sentido segura no interior da medina (mesmo de noite), recomendo que leiam atentamente os comentários na plataforma de reserva de alojamento, especialmente no que diz respeito à localização. Não há forma melhor de percebermos como é a rua onde está localizado determinado riad. Escolher um riad que fica numa parte da medina onde nos sentimos mais seguros, pode ser bastante importante para tornar toda a viagem mais agradável.
Por fim, a maioria dos hotéis das grandes cadeias hoteleiras ficam localizados fora da medina. Para quem quiser evitar de todo a medina, esta é uma excelente opção. No entanto, neste caso terão sempre de caminhar um pouco mais (ou até viajar de táxi) até mais perto da medina, que é onde ficam localizados a maioria dos pontos de interesse da cidade.
2. O dinheiro vivo é rei
Outro ponto que é importante saber antes de visitar Marraquexe é que muitos dos sítios na cidade apenas aceitam dinheiro vivo como forma de pagamento, especialmente no interior da medina. Deste modo, recomendo vivamente que levantem dinheiro assim que possível numa das várias máquinas ATMs da cidade. Podem usar o vosso cartão Revolut (ou outro do género) para garantirem que não pagam taxas pelo levantamento noutra moeda que não a vossa. Apesar do cartão Revolut permitir não pagar taxas com levantamentos/pagamentos, mesmo assim não evita o pagamento de taxas dos bancos locais. Assim, recomendo a utilização do Al Barid Bank, onde não paguei nenhuma taxa para levantar dinheiro.
3. Não aceitar ajuda de estranhos
Para além dos vendedores no interior da medina, é muito habitual que os locais nos abordem enquanto passeamos pelas ruas. Geralmente o discurso é sempre o mesmo: o sítio que procuramos está fechado ou não é por ali. No entanto, quem nos indica isto tem sempre uma solução alternativa: ora porque nos podem mostrar caminho correto ou porque conhecem alguém que nos deixa entrar. Problema? Regra geral, estão a mentir. O objetivo aqui é levarem-nos para outra parte da medina, onde têm alguma loja ou conhecem alguém que tenha, para nos tentar vender algo. Apesar de, na maioria dos casos, nada acontecer se simplesmente recusarmos e virarmos costas, o melhor é não deixar a situação chegar a esse ponto. Assim, o recomendado é não aceitar nenhuma sugestão desde o primeiro momento em que somos abordados. Um simples obrigado em francês ou árabe e seguir caminho é mais do que suficiente.
4. Negociar é a palavra-chave da viagem
A cultura marroquina é conhecida pela sua capacidade extraordinária de negociar. Se planeiam em comprar alguma coisa na medina, é melhor estarem preparados para negociar. Mas a negociação não se fica apenas pelas pequenas lojinhas no interior da medina. Se estão a considerar utilizar os táxis da cidade, recomendo vivamente que se informem previamente sobre as tarifas-base para o percurso que pretendem fazer, pois até nos táxis é preciso negociar. Aliás, o conselho de pesquisar previamente o preço “normal” dos produtos/serviços pode ser útil para tudo aquilo que estejam a pensar comprar em Marraquexe.
5. Estar preparado para dizer "não"
Passear pelas ruas da medina é ser abordado a cada dois a três minutos (por vezes, até menos) para visitar determinar loja ou provar determinada coisa. Se efetivamente não estiverem interessados, acenem que não com a cabeça, digam umas palavras em francês (por exemplo, “no, merci”) ou árabe (“choukran”, que significa obrigado) e continuem caminho. Ninguém vos irá chatear mais e só terão de repetir uns metros mais adiante quando forem novamente abordados.
6. Experimentar comida de rua mas com alguns cuidados
Existem centenas de bancas de comida de rua e, algumas delas, com comida bem deliciosa. Pode parecer um pouco assustador provar comida de rua, pois ficamos sempre com receio de uma eventual intoxicação alimentar. Assim, a minha recomendação é que experimentem um tour gastronómico com um guia local, que vos vai levar aos melhores sítios (e também seguros!) - podem ler aqui a minha experiência.
Não é recomendado beber água da torneira ou sequer lavar os dentes com esta água. O ideal é comprarem sempre água engarrafada (e garantir que a água está selada antes de a abrirem) e utilizá-la para beber e lavar os dentes.
7. Reservar tempo suficiente para o aeroporto
Se têm voo com partida no aeroporto de Marraquexe, desloquem-se para o aeroporto com tempo. Para além do controlo fronteiriço (onde as filas podem ser bastante demoradas) e do controlo de segurança, é obrigatório passar pelo balcão de check-in mesmo que não tenham mala para despachar. Assim, e para evitar a perda de voos, sugiro que vão com um pouco mais de tempo face ao habitual.
Ficaram com vontade de saber mais dicas sobre Marraquexe? Podem ler o artigo completo publicado originalmente no blogue A Ticket to Take Off
Comentários