Uma magia que causa surpresa quando se entra em alguns espaços, como o da igreja velha.
Mesmo quem lá trabalha, caso de Nuno Ribeiro, se entusiasma ao falar da beleza do lugar.
O encanto percebe-se ao longe, quando se vê o edifício no meio da Serra d’Ossa.
Desperta curiosidade e projecta de imediato uma atmosfera romântica, de isolamento e contemplação.
O exterior do convento está ajardinado, muito cuidado e entende-se bem o motivo porque foi escolhido para um convento pelos Monges de Jesus Cristo da Pobre Vida. Ao todo, a propriedade tem 600 hectares.
Depois de se passar a porta, entra-se num mundo de fascínio. Na entrada deparamos com a portaria do convento onde os azulejos, com dois frades, convidam ao silêncio.
O recolhimento é um traço comum em todos os lugares e sente-se em especial no dormitório dos monges.
Possui um corredor de algumas dezenas de metros, com pouca luminosidade embora as celas estejam viradas para a parte mais solarenga do Convento.
Hoje um quarto corresponde a duas celas. Dos 40 quartos do hotel, 17 são nas celas.
A porta da cela continua a mesma e é muito baixa. Percebe-se como crescemos em comparação com os monges de 1182, quando o Convento foi construído.
As paredes do corredor estão decoradas com azulejos que contam histórias do Velho e Novo Testamento. Os azulejos são ainda os originais, foram produzidos por mestres da azulejaria em Lisboa. No total, o Convento tem cerca de 55 mil azulejos e funciona como um museu dedicado ao azulejo.
Os maiores painéis estão numa escadaria construída no século XVIII e faz a ligação do átrio ao piso superior, onde fica o dormitório.
Na capela e na igreja os painéis de azulejos são de grande dimensão.
Na Capela de Nossa Senhora da Saúde há um lambril azulejar em azul cobalto. Na Igreja há vários painéis, num deles, São Paulo, é alimentado pelo corvo e noutro é representado o encontro de São Pedro com Santo Antão.
A Igreja tem ainda pinturas na nave e um outro elemento que surpreende: uma linha de buracos que percorre o lugar do altar e o arco principal. Eram os apoios da talha dourada que foi roubada quando o Convento ficou ao abandono, após a extinção das ordens religiosas em 1834.
O edifício foi comprado em 1870 e a partir daí procurou-se restaurar e salvaguardar um património com mais de sete séculos de existência.
Em 1993, o Convento foi adaptado a hotel e foram necessárias pequenas adaptações, pelo menos nos quartos.
O claustro, os átrios, as fontes... mantêm a traça original. O que foi mesmo modificado foi o reservatório de água dos monges, que agora é a piscina.
O Convento pertence à Fundação Henrique Leote e funciona também como espaço de exposição das atividades culturais realizadas pela Fundação.
O Convento de São Paulo já recebeu vários prémios nacionais e internacionais na área da conservação e restauro e está classificado como Imóvel de Interesse Público.
O hotel tem zonas reservadas para os hóspedes e aceita visita guiadas sob marcação.
No Convento de São Paulo dorme-se nas celas faz parte do podcast semanal da Antena1 Vou Ali e Já Venho e pode ouvir aqui.
A emissão deste episódio, No Convento de São Paulo dorme-se nas celas, pode ouvir aqui.
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