A serra de Monfurado tem minas, paisagens e monumentos megalíticos e romanos que surpreendem qualquer visitante pela beleza ou singularidade.
A serra já foi habitada por várias civilizações, ponto de passagem de uma via romana e também zona de minas.
A serra tem hoje pouco movimento, as minas acabaram, muitos dos monumentos estão em ruína e a maioria destes sítios estão em lugares recônditos, com pouca ou nenhuma sinalização. É, aliás, curioso que, quando se procura um desses lugares, descobre-se caminho para outros sítios de interesse.
No caso da Anta Grande do Zambujeiro é mais fácil. Além do mais, vê-se bem à distância porque é uma das maiores da Europa e a maior na Península Ibérica.
Trata-se de um monumento funerário que terá sido construído entre 4000 a 3.500 anos antes de Cristo.
Este monumento tem 50 metros de diâmetro e a câmara funerária tem 6 metros de altura e mantém ainda sete esteios.
Este espaço estava coberto com uma mamoa com cerca de 50 metros de diâmetro. É uma dimensão invulgar que é complementada com um corredor de 12 metros com pedras de dois metros de altura.
Há uma porta de madeira no interior que impede o acesso à câmara funerária porque, por vezes, havia quem realizasse no interior fogos relacionados com rituais desconhecidos. No dia em que visitei, havia vestígios de uma fogueira no exterior.
A anta foi descoberta em 1965 e está classificada como Monumento Nacional. Na entrevista ao arqueólogo Henrique Leonor Pina percebe-se melhor o contexto da descoberta e dos trabalhos realizados.
Agora há uma cobertura metálica a proteger o monumento da chuva e do sol e os objectos que foram descobertos nos trabalhos arqueológicos estão no museu de Évora.
A Anta Grande do Zambujeiro fica próximo do pólo da Mitra da Universidade de Évora.
Anda-se um pouco em estrada de terra batida e depois faz-se uma caminhada breve.
Também muito próximo fica o Convento do Bom Jesus de Valverde, mandado construir pelo Cardeal Infante D. Henrique no séc. XVI, e classificado como Imóvel de Interesse Público.
A vista surpreende-se aqui com a passagem de um aqueduto de grandes dimensões e de pedra.
Um outro lugar, relativamente próximo, que merece uma visita é a Vila Romana da Tourega, com as maiores termas romanas descobertas em Portugal.
São ruínas de habitações de famílias romanas e onde ainda são perceptíveis tanques para banhos de água quente e fria e um grande tanque de armazenamento de água.
A vila romana pertenceu a um senador romano no século III, cujo nome consta de uma lápide funerária que foi encontrada aqui.
As ruínas estão mesmo ao lado de uma reserva de água utilizada por veraneantes e com muitas aves.
Para se entrar no sitio arqueológico tem de se “pedir a chave na casa”, ou seja numa habitação ao lado da igreja. Se estiver alguém pode ser que tenha sorte. Não foi o meu caso. Só vi galinhas a passear em volta da igreja do século XV, que tem no interior uma imagem de Santa Comba.
A Vila Romana de Nossa Senhora da Tourega está classificada como Monumento de Interesse Público e situa-se ao lado da antiga via romana que ligava Évora a Alcácer do Sal (Salácia).
Anta do Zambujeiro é a maior na Península Ibérica faz parte do podcast semanal da Antena1 Vou Ali e Já Venho e pode ouvir aqui.
A emissão deste episódio, Anta do Zambujeiro é a maior na Península Ibérica, pode ouvir aqui.
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