Disputa a atenção na paisagem urbana com fortes e muralhas. No vale de S. Francisco torna-se absolutamente dominante porque os arcos ultrapassam os 30 metros de altura. São, a par do Forte da Graça que se ergue vigilante num dos montes que rodeia a cidade, a esplendorosa receção aos visitantes e também o postal ilustrado de Elvas.
Nas palavras de Margarida Ribeiro, guia em Elvas, “o Forte da Graça é a joia da coroa e com os arcos do Aqueduto da Amoreira deixam os visitantes extasiados.”
De vários pontos da cidade temos perspetivas do aqueduto que deslumbram pela monumentalidade e beleza. De uma das portas da cidade-quartel vemos os mais de 5 km das arcadas.
O aqueduto prolonga-se depois por galerias subterrâneas, “vai buscar água a várias nascentes e ficou com o nome de uma delas, a da Amoreira. A água é transportada num cano que se ergue sobre a arcaria que naquela zona, no vale de S. Francisco tem um enorme esplendor.”
Ao pôr do sol a perspetiva das arcadas é muito bonita com a luz a acentuar o brilho das pedras. A beleza da construção corresponde à vontade da população de Elvas quando foi pedir ao rei D. Manuel a sua construção no final do século XV.
O pedido foi satisfeito, “no entanto, a obra demorou muito tempo a ser concretizada. Cerca de 90 anos. Sistematicamente havia interrupções devido às guerras constantes”. O aqueduto completa-se com a grande cisterna na Praça, inaugurada em 1650, e que permitia resistir, por exemplo, a um cerco de forças inimigas.
Foi com um imposto que o aqueduto foi pago e a contribuição exigida à população foi também crescendo com o aumento do custo da obra.
O projeto inicial é da autoria do arquiteto Francisco de Arruda que tinha também a seu cargo a edificação da Sé de Elvas. O mesmo arquiteto foi o autor do Aqueduto da Água de Prata em Évora.
A água começou a correr em 1622 e poucos anos depois, com as guerras da Restauração, ainda houve quem se atrevesse a sugerir que parte do aqueduto fosse destruído para facilitar a construção de fortificações. O povo insurgiu-se e, a bem da nação e de quem visita agora Elvas, o rei D. João IV fez a vontade à população.
Com o aqueduto foram construídas quase duas dezenas de fontes. A maioria estão dentro das muralhas e algumas ainda deitam água. Uma das mais surpreendentes é recente. É a Fonte de S. Lourenço e destaca-se pelas estátuas que estão colocadas no topo de quatro enormes colunas.
O projeto remonta ao século XVIII quando o desembargador Bernardo Sachetti fez uma encomenda a um engenheiro militar francês. O projeto era grandioso, mas os dois desentenderam-se e as estátuas femininas da mitologia greco-romana foram arrumadas numa quinta. O município de Elvas retomou o projeto, quase 400 anos depois, e finalmente as três bicas fazem correr a água.
O Aqueduto da Amoreira está classificado como Monumento Nacional e faz parte do conjunto distinguido pela UNESCO como Património Mundial.
O belo e monumental aqueduto da Amoreira em Elvas faz parte do programa da Antena1, Vou Ali e Já Venho, e a emissão deste episódio pode ouvir aqui.
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