Os visitantes são convidados a percorrer as instalações e acompanhar de perto todo o processo produtivo que é prolongado. Depois de moldada, a peça na roda do oleiro fica a secar três a quatro dias.
Quando o barro já está mais duro, retira-se o excesso e faz-se o acabamento. É nesta fase que se colocam as pegas nas peças que têm essa estrutura. Volta a secar mas agora durante duas semanas. Tem, depois, a primeira cozedura no forno durante sete horas a 1.700 graus. Segue-se a pintura com o banho branco que é o “vidraço” e depois pintado à mão. A peça regressa mais tarde ao forno.
Num dos pavilhões, Lúcia Matos é quem dá forma ao barro que resulta de matéria-prima proveniente do Continente e da ilha de Santa Maria.
A produção segue as técnicas tradicionais, praticamente desde a fundação da cerâmica que tem mais de 150 anos. Foi fundada em 1862 e vai na quinta geração da mesma família.
A faiança é, maioritariamente, para fins utilitários e seguem também um design tradicional.
Enquanto conversa comigo Lúcia Matos continua a moldar as peças com as mãos na roda de oleiro. Ela trabalha aqui há 21 anos e aprendeu a arte na cerâmica. Lúcia estava a moldar uma caneca com a pasta de barro que tem uma tonalidade acastanhada mas depois da cozedura fica vermelha.
Uma situação relativamente parecida com a pintura. A tinta que desenha os motivos, quase sempre florais, é cor de rosa mas depois de ir ao forno fica azul.
A tradição da louça e dos azulejos é o fundo branco envidraçado com pinturas a azul.
A secção de pintura fica ao lado. É um trabalho minucioso, exige firmeza no traço e muita concentração.
A Cerâmica Vieira é a única que fabrica faiança vidrada nos Açores e que desenvolve toda a produção nas suas instalações. O mesmo sucede com a produção dos azulejos que são feito e pintados manualmente.
Ao longo dos vários pavilhões, vemos outros instrumentos para a feitura da cerâmica e também inúmeras peças. Umas à espera do forno outras da pintura.
O Museu da Cerâmica Vieira está no concelho de Lagoa, na ilha de S. Miguel, junto à estrada. É fácil de identificar devido ao enorme painel de azulejos onde se anuncia e diz produzir loiça regional desde 1862. O painel de azulejos é branco e azul.
As instalações foram recentemente renovadas, depois da realização desta reportagem.
Museu da Cerâmica Vieira faz parte do programa da Antena1, Vou Ali e Já Venho, e a emissão deste episódio pode ouvir aqui.
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