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A 12 quilómetros da cidade de Lamego cumpre-se todos os anos um dos entrudos mais genuínos de Portugal, o Entrudo de Lazarim. Em época de pandemia, quem não sente saudades de momentos de folia, diversão e sobretudo momentos de cultura popular onde reina a boa disposição e onde o "Diabo" é bem-vindo?
Lazarim é um exemplo de autenticidade e de tradição. É verdade que para lá chegar não foi nada fácil, além de o tempo não estar excelente, as filas de carros dos curiosos atingiam mesmo alguns quilómetros.
Depois de alguns longos minutos de caminhada, lá começamos a ouvir os bombos e gargalhadas vindas do centro de Lazarim. Estava a acontecer a leitura dos testamentos da Comadre e do Compadre (momento onde se descobriram todas as verdades guardadas ao longo daquele ano). Ainda conseguimos ouvir uma grande parte e comprovamos que esta leitura é maldizente, picante e extremamente divertida.
Junto aos "caretos" havia dezenas de fotógrafos que procuravam o melhor registo da tarde. E as máscaras feitas de madeira de Amieiro são para todos os gostos, diabos, feiticeiras, figuras mutantes, cornos bastante afiados a acompanhar de roupas feitas com trapos ou mesmo palha, trazem vida às ruas daquele lugar.
No final da leitura dos testamentos, decorreu um desfile com todos os caretos num género de raid fotográfico. Pelo caminho vimos vários artesãos, doces típicos, feijoada e caldo de farinha, enchidos e grandes caldeirões de ferro na fogueira. Foi também nesta altura que houve a oportunidade para conhecer um pouco da aldeia e pareceu-nos bastante interessante para visitar num dia um pouco mais sossegado.
Além das máscaras serem bastante interessantes e de nos cativarem grande parte da atenção, achamos importante referir também a simpatia daqueles que dão vida a estes disfarces. Sempre dispostos para interagir e posar para a fotografia nos cantinhos mais originais e inesperados.
No final do desfile todos se alinham de frente para o público numa pequena calçada onde alguns habitantes espreitam das janelas. Ao centro, já se encontra a Comadre e o Compadre prontos para a tão aguardada queima. Nos olhos das gentes de Lazarim está presente o orgulho e a felicidade de verem mais um ano de tradição cumprida.
Esperamos voltar com mais tempo disponível para conhecer alguns locais como o Centro Interpretativo da Máscara Ibérica, as capelas, as casas típicas e a aldeia de Antas de Mazes.
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Artigo originalmente publicado no blogue Indo eu Indo eu
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