Do Alto do Senhor da Boa Morte temos várias perspetivas do Tejo, da lezíria e da ponte Vasco da Gama.
Uma vista ampla que, seguindo testemunho e Joaquina Peixeiro, “vai até Lisboa, à Ponte Vasco da Gama.Vê-se também Salvaterra de Magos. A vista é mais bonita à noite, por causa das luzes. Há muita gente que vem aqui à noite ver a paisagem”
Joaquina Peixeiro conhece bem o santuário. É onde reside e assiste à “romaria” quase diária, “há muito movimento, durante o dia e mais ao fim de semana. Costumam vir casais. Nos últimos tempos, muitos fizeram aqui festas de anos, piqueniques.”
Joaquina Peixeiro vive aqui “há 35 anos. Sou de Povos.” Durante estas décadas “o santuário mudou pouco ou nada. Nem pode mudar porque é património.”
A propriedade é da Santa Casa da Misericórdia de Vila Franca de Xira. O património do Santuário é uma enorme janela no tempo. Podemos observar vestígios da presença islâmica na muralha do castelo. Foi uma das principais fortificações desta região.
Outro testemunho são 17 sepulturas antropomórficas do século XII num bloco granítico. A transformação para o Santuário do Senhor da Boa Morte trouxe aqui muitos peregrinos, em particular a partir do século XVI. A capela é também um exemplo desta intervenção humana ao longo de séculos e também da intervenção da Natureza, como, por exemplo, no terramoto de 1755 que obrigou à reconstrução da capela.
A igreja primitiva é do século XII e molda a atual capela-mor que impressiona os visitantes, em particular, pela decoração de centenas de azulejos azuis que cobrem as paredes laterais. “Ficam muito admirados. A capela-mor está muito bem conservada.
Os azulejos são do século XVI.” O templo é muito utilizado para casamentos. Faz parte “da tradição de Povos e de outros lados. Vem muita gente casar aqui.” Nos casamentos a capela está aberta, como também esta Quinta-Feira da Ascenção, dia da romaria. Nos outros dias “abro a porta se as pessoas desejarem ver a capela.”
O espaço circundante é bastante grande. A parte mais alta é uma zona plana e é onde está o cruzeiro. Funciona também como miradouro. “Chamam de miradouro, mas o nome é Cruzeiro do Senhor da Boa Morte. Sempre o conheci com este nome.”
Seja qual for o nome, temos uma vista ampla do rio Tejo e da lezíria. Mais próximo de nós vemos os apoios da muralha onde há muitas flores, e espaços de lazer.
Ao lado está uma parede das ruínas do palácio dos Condes da Castanheira. As ruínas tiveram origem no sismo de 1755.
Um pouco mais à frente Joaquina Peixeiro costuma abrir o café, nos dias com mais calor, e oferece-nos uma bonita esplanada. A capela e o santuário estão classificados como Sítio de Interesse Público.
Alto do Senhor da Boa Morte e da boa vista para o Tejo e a lezíria faz parte do programa da Antena1 Vou Ali e Já Venho e a emissão deste episódio pode ouvir aqui.
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