Foi durante a preparação para fazer o Caminho de Santiago, no final de 2022, que a Emília descobriu as maravilhas das caminhadas. Dois anos depois, continua a acumular quilómetros pelos caminhos de Portugal, que partilha com os seus leitores no blog Caminhos Mil. Desafiámos a entusiasta do pedestrianismo a escolher cinco percursos pela natureza (com grau de dificuldade entre o fácil e o moderado) que podem interessar a quem está a pensar desfrutar da primavera a caminhar.
Texto e fotografias por Emília Matoso Sousa
1. Rota do Penedo dos Mouros, em Gouveia
O percurso: 16 quilómetros (circular);
Grau de dificuldade: Fácil;
Localidade: Arcozelo da Serra, freguesia do concelho de Gouveia, distrito da Guarda.
Com a Serra da Estrela em fundo, um imenso conjunto de penedos graníticos impressiona pela sua dimensão e leva-nos a pensar nos muitos milhares ou milhões de anos que são necessários para a natureza os esculpir. Observá-los é, sem dúvida, um desafio para a nossa imaginação e criatividade. Podem ler mais sobre este trilho no blog da Emília.
2. Rota dos Galhardos, em Folgosinho
O percurso: 13,22 quilómetros (circular);
Grau dificuldade: moderado;
Pontos de interesse: Calçada medieval e calçada romana;
Localidade: Folgosinho, freguesia do concelho de Gouveia, distrito da Guarda.
Ali, onde tudo é pedra, destaca-se a Cabeça do Faraó, uma enorme formação granítica que se tivesse sido esculpida por mãos humanas não se aproximaria tanto da imagem de um rei egípcio. No horizonte, a Estrela abre-se em paisagens esmagadoras. Podem ficar a saber mais sobre este percurso aqui.
3. Rota da Cárcoda, em Carvalhais
O percurso: 14,56 quilómetros (circular);
Grau de dificuldade: moderado;
Pontos de interesse: Igreja Matriz Carvalhais; Capela Nossa Sra. do Resgate; Castro da Cárcoda; Moinhos de Água do Pisão; Bioparque de Carvalhais; Prego no Sino;
Localidade: Carvalhais, freguesia do concelho de São Pedro do Sul, distrito de Viseu.
Integrados num bosque de árvores autóctones, os moinhos de rodízio do Pisão estão interligados por um engenhoso sistema de levadas em aqueduto, em que a água tanto corre por levadas de granito, como por outras escavadas em compridos troncos de pinheiro-bravo, suportadas por pilares de pedras. O aspeto é o de um mecanismo aparentemente rudimentar. Contudo, há ali muita arte e engenho. Podem ficar a saber mais sobre este percurso aqui.
4. Rota de Manhouce, em Manhouce
O percurso: 14,4 quilómetros (circular);
Grau dificuldade: moderado;
Pontos de interesse: Ponte Romana; Poço da Silha; Ribeira da Vessa; Gestosinho, Bondança; Salgueiro; Lageal; Igreja Matriz de Manhouce;
Localidade: Manhouce, freguesia do concelho de São Pedro do Sul, distrito de Viseu;
Observações: Trilho extremamente bem sinalizado e limpo; reclama muito esforço de subida e descida em piso muito desconfortável.
Em pleno maciço da Gralheira, a primavera está a chegar e a colorir a serra de manchas lilases de urze ou torga, a resistente planta que sobrevive nas rochas das montanhas e que inspirou o escritor Miguel Torga na escolha do seu pseudónimo. As vistas, aqui, são simplesmente maravilhosas. Podem ficar a saber mais sobre este percurso aqui.
5. Trilho da Aldeia Mágica (Drave)
O percurso: 4 quilómetros + mais 4km de volta (linear);
Grau dificuldade: fácil;
Pontos de interesse: Drave; Serra da Arada; Portal do Inferno; Complexo Mineiro Poço da Cadela;
Localidade: Regoufe, aldeia tradicional do Arouca Geopark, situada na serra de Arada, na União de freguesias de Covelo de Paivó e Janarde, concelho de Arouca, distrito de Aveiro.
Há paisagens que nos impõem silêncio. É o caso destas montanhas mágicas, no maciço da Gralheira, que se nos oferecem no caminho até Drave, uma aldeia desabitada, perdida no mapa, perdida na serra, perdida no tempo. A visita, essa é imperdível! Podem ficar a saber mais sobre este percurso aqui.
A Emília é a autora do blog Caminhos Mil, onde guarda algumas das histórias e memórias que traz dos caminhos de Portugal (e não só).
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