Por norma, a atração principal é a ilha onde não existe nada, a não ser outros seres que não os humanos. Após uns anos fechada ao turismo, devido à COVID, a baía conseguiu recuperar dos estragos que muitos turistas faziam à vida marinha da ilha. Quando reabriu este ano, a baía estava mais preservada e com mais vida marinha do que em tempos de turismo exacerbado. As autoridades tailandesas também fizeram questão de mudar as condições de acesso à baía para que não haja retrocessos neste processo de recuperação. Deste modo, os barcos já não podem entrar na baía e os visitantes têm de fazer uma caminhada pelo lado oposto da ilha para poderem chegar à famosa Maya Bay e a vistas dignas de qualquer visão do paraíso. Agora, também não é possível nadar nas águas cristalinas visto que os tubarão-de-pontas-negras-do-recife estão de volta em força.

Este foi um local que visitei em 2018 quando esse tal turismo exacerbado existia. Não voltei depois desta mudança, mas, na altura, a praia era caótica, apinhada de gente e tantos barcos que o espaço para banhistas era bem reduzido. As partilhas que vejo hoje em dia deste local nem parecem saídas do mesmo sítio. As águas têm outra cor mais limpa e é possível apreciar e deslumbrar com a vista que agora não tem milhares de pessoas e barcos a perturbar aquela visão do paraíso.

Desta vez não fui a Maya Bay e explorei, portanto, a outra ilha à qual não se dá assim muita importância: Phi Phi Don. Nem eu tinha dado, mas, nesta última viagem, decidi passar quatros dias só nesta ilha e não me faltaram locais de fazer o queixo cair.

Fiz questão de visitar quantas praias quanto pude, tudo a pé. A ilha não tem carros, ou motas. Existem alguns locais que as têm para motivos de transporte, mas são raras. O meio de transporte mais comum nesta ilha Phi Phi é um carrinho puxado à mão pelos locais que vão soltando um "piiiiii, piiiii!" para a malta se desviar e poderem passar.

Existe a parte central, onde estão a maioria dos alojamentos e o entretenimento noturno. Depois, no resto da ilha é tudo muito calmo, com praias que são visitadas apenas pelos hóspedes dos resorts que lá se encontram. Muitas delas não são de fácil acesso pois é necessário caminhar pela floresta para lá chegar. Ainda assim, a ilha não é muito grande e a praia mais afastada que visitei fica a uns seis quilómetros do centro. Valeu muito a pena visitar. Todas estas praias podem ser visitadas de barco, mas preferi caminhar até todas as praias. Afinal, gosto de caminhar na floresta. Caminhar na floresta sozinha já me intimidou bastante nas minhas primeiras viagens, porém, já fiz esta atividade a solo tantas vezes que não a receio mais.

Assim sendo, passei os meus dias mais a caminhar do que a descansar. Valeu a pena pois as praias de Phi Phi Don são lindíssimas. Veja na fotogaleria.

Nui beach

Esta foi a praia mais difícil de aceder e só se pode caminhar até à mesma durante a maré baixa. A uns metros de a alcançar, é necessário trepar literalmente uma parede quase vertical de rochas, mas, do outro lado, está esta que para mim é a praia mais bonita de Phi Phi Don. Necessitei de caminhar 1h30 para lá chegar.

Lana beach

Mesmo ao lado de Nui beach fica Lana beach, também uma praia muito linda, mas com uns tons de água diferentes de Nui que está do outro lado da baía. Estas praias estavam muito vazias e, apesar de ser durante tempos de COVID em que o turismo está bem longe de ser o mesmo, acredito que estas praias não tenham muitos visitantes. Lana beach é uma praia extensa e, perto, só existiam alguns bungalows em construção com ar de estarem abandonados.

Laem Thong

É a praia mais afastada do centro. Para lá chegar, depois de uma caminhada na floresta, a estrada segue junto ao mar e as vistas são deliciosas. Vale já pelas vistas do caminho até à chegada. De destacar Lo Ba gao- viewpoint que tem uma vista para uma praia com o mesmo nome. Um azul de fazer o queixo cair, lindíssimo! Desse miradouro, até chegar a Laem Thong beach, não encontrei mais ninguém a fazer o mesmo percurso. Foi uma caminhada muito relaxada apenas com os sons do mar, dos inúmeros passarinhos que se fazem ouvir e uma vista de tirar o fôlego.

Long beach

Apesar de não estar a uma grande caminhada de distância do centro, acredito que não são muitas as pessoas que fazem este trilho para chegar a Long beach. No entanto, o trilho quase que vale mais a pena do que a praia em si. Ao longo do caminho, Phi Phi brinda-nos com vistas deslumbrantes da montanha do lado oposto da baía e vários tons de azul dignos de sonhos.

Haad Phak Nam

Chegar a esta praia requer uma caminhada extensa, mas, ao contrário das outras, este trilho na floresta parece ser mais utilizado. O caminho pode ser longo, contudo, não é difícil — talvez daí ser mais frequentado. E, no final da floresta, somos brindados por um azul de fazer cair o queixo de novo. Lindo! Esta praia consegue ser vista de cima, que, para mim, é a melhor parte — consegue-se entender os vários tons de azul que a compõe.

Rantee beach

Esta foi a praia mais difícil de aceder e que não recomendo a ninguém. Para além do trilho na floresta ser horrível, sem manutenção e demasiado íngreme, quando chego ao final deparo-me com tudo destruído ao ponto de quebrar o acesso à praia. Tive de vasculhar entre as plantas por um pedaço de chão que me conseguisse dar acesso à areia que estava a 30 metros, mas parecia inacessível. Não sei ao certo o que aconteceu aqui, se foi devido à COVID ou se estava assim antes, mas está tudo abandonado, telhados no chão, bungalows com colchão ainda lá dentro — e tudo a ser tomado por plantas. Parecia que um tornado tinha passado por ali e mais ninguém tinha voltado. Para além disto, a praia não é nada de especial, por isso, mais vale investir o tempo a descobrir outras. Nesta praia, só existia um resort a funcionar numa ponta e os seus poucos clientes eram as pessoas que por ali andavam. Que desilusão haveria de ter sido escolher aquela praia... Nestas praias longe do centro não há mais nada para fazer já que o resto da ilha é de difícil acesso, a não ser de barco.

Ton Sai beach

Esta é a praia mais movimentada de todas, caótica diria. É onde todos os barcos atracam. Não diria que é a melhor para relaxar e tomar uns banhos de sol, mas tem vistas lindíssimas da montanha mesmo ali ao lado.

Loh Dalum beach

Esta é a outra praia central que fica a apenas uns metros de distância de Ton Sai, mas do lado oposto da baía. Esta praia é lindíssima só que tudo depende da maré. Durante a maré baixa, a água retrai tanto que se consegue andar minutos e minutos sem que a água chegue aos joelhos. Nesta praia, é possível arrendar canoas para explorar  praias próximas ou, simplesmente, aproveitar os vários tons de azul que ela oferece. Encontrei um lugar especialmente bom com vistas deslumbrantes. Novamente, bungalows abandonados que proporcionaram uma vista maravilhosa para esta praia. Em tempos, estes bungalows deveriam oferecer ótimas vistas aos hóspedes.

Phi Phi viewpoint

Foi a segunda vez que o visitei, mas, apesar disso, fiquei tão deslumbrada como se fosse a primeira. É simplesmente dos miradouros para praias mais bonitos que já vi. A vista para a baía das duas praias centrais é memorável. As baías têm tons de água diferentes, o que torna ainda mais único o cenário. Apesar de muita gente o visitar para o pôr do sol, aconselho exatamente o oposto e visitar durante a manhã quando as cores estão ao rubro. A partir das 4h, as praias de Phi Phi Don começam a perder os seus tons de azul vibrante, e pelo menos para mim, tornam-se menos encantadoras.

Por todas estas praias e mais alguns recantos que ficaram por ver, as ilhas Phi Phi são mais do que merecedoras de uma visita e de mais do que uma tour de um dia até Maya Bay. A ilha maior também vale a pena uma visita.

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