A ponte sobre o Zambeze faz a ligação na fronteira entre o Zimbabwe e a Zâmbia. Melhor do que passar de carro é passear a pé.
Mesmo para quem não se aventure no bungee jumping fica com uma ideia da temeridade e espetacularidade do salto, mais ou menos a meio da travessia.
A ponte tem 128 metros de altura sobre o Zambeze, as cordas estão penduradas na estrutura metálica e os locais que andam por ali perguntam com toda a naturalidade aos turistas "queres dar um salto?", como quem vai um pouco mais à frente e pede um refrigerante. Na verdade o salto com as cordas atinge os 111 metros e não é para todos.
As pessoas que se viam lá em baixo, minúsculas, num pequeno barco, permitia ter uma noção mais real da distância do salto.
Apesar da oferta pelos locais na ponte, há empresas que organizam os saltos e garantem medidas de segurança. São milhares de pessoas por ano que fazem o salto e são raros os acidentes. Na altura da minha visita havia a preocupação sobre um acidente recente e há relatos pessoais que revelam imensa sorte por terem sobrevivido.
A história colonial e da engenharia
Na "Victoria Falls Bridge" sente-se a história, a dimensão da obra e dá para ver o dia-a-dia das populações que trabalham nos dois lados da fronteira.
Para passar de um país para outro não há grandes dificuldades, apenas alguma demora. Os vistos podem ser obtidos na passagem mas o melhor é antecipar o tempo e o dinheiro perdido com as burocracias. Conte também com vendedores ambulantes que estão à espera dos turistas.
Por experiência própria, fiquei a saber que não resulta despachar o vendedor com a mensagem: “compro no regresso”. Ele ficou à minha espera, já não havia quase ninguém mas ele estava lá. À espera. Tive de cumprir a minha palavra, embora regateando o preço das duas estátuas de madeira.
A ponte é um dos ícones mais fotografado desta região porque é visível de várias partes das falésias e da cidade de Victoria Falls no Zimbabwe. É de facto muito bonita e seduz o olhar ao fazer a ligação entre duas enormes ravinas.
Tem 198 metros de extensão, é suportada por um arco de 156 metros e a altura é de 128 metros em relação ao leito do rio Zambeze. O arco foi construído em Inglaterra, transportado por via marítima, em peças, para a cidade da Beira, em Moçambique, e depois por via terrestre.
A ponte foi inaugurada em 1905 por George Darwin, filho de Charles Darwin.
Esta obra deveu-se a sonhos mais ambiciosos. O mentor foi Cecil Rhodes e fazia parte do projeto de ligar a cidade do Cairo à Cidade do Cabo (Cape Town). Por outras palavras, uma ligação férrea que corporiza o território da colonização britânica, em especial na África Austral.
Este projeto, através da empresa fundada por Rhodes, a Companhia Britânica da África do Sul, conseguiu ter um forte domínio e controlo numa vasta zona de território, denominada Zambézia que, mais tarde, em reconhecimento de Cecil Rhodes, passou a ter o nome de Rodésia. Cecil Rhodes morreu antes da inauguração da ponte.
Do lado da Zâmbia há uma instalação com referencias breves à história da ponte.
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