Tiradas as primeiras fotografias, é altura de começar o trilho que se inicia em Sunset Point, iniciando-se a descida até ao anfiteatro de formações rochosas e continuando por um caminho bem delineado que percorre o parque e as suas árvores.
Formações estranhíssimas estas de arenito vermelho, escavadas por gelo e água, atingindo os 60 metros de altura e, muitas vezes, num equilíbrio que se poderia dizer precário caso não existissem há milhares de anos.
Findo o percurso, é tempo de descansar em Bryce, a cidade que apoia o parque natural. Catita é talvez o termo a usar, onde encontramos típicas casas em madeira, alojamentos, algumas lojas e restaurantes e até o Xerife da região, devidamente acompanhado pelo seu bigode. Qual filme tornado realidade.
Até Monument Valley são quatro horas "a abrir" por entre estradas poeirentas, com a vastidão da paisagem praticamente intocada até ao horizonte, ocasionalmente pontuadas por uma ou outra cidade de pequenas dimensões (pouco mais que 2-3 linhas de casas junto à estrada). Não é propriamente digna de registo até às dezenas de quilómetros finais, em que monólitos gigantescos se erguem da planície, reclamando a sua importância e o fim da nossa indiferença.
É praticamente pôr-do-sol quando chego a Monument Valley, imerso na maior tempestade de areia de que tenho memória (nem em África apanhei algo assim), tão intensa que, por várias ocasiões, pouco ou nada se vislumbra a mais de 20 metros de distância. A estrada atravessa o vale por onde a autocaravana segue contra violentas rajadas de vento, sendo que por várias vezes me pergunto quando é que a mesma é, simplesmente, deitada abaixo pela sua força.
Finalmente alcançamos o nosso destino; visto os dois casacos mais resistentes que trouxe e encaminho-me para o miradouro onde os três principais rochedos de Monument Valley se destacam. E assim, é num segundo que me deixo consumir pela emoção de ver, pelos meus próprios olhos, o sonho que trazia desde há anos e que muitas vezes ditou a minha vontade em ser livre tal como o vento que me recebeu neste lugar.
- Se queres acompanhar esta e outras viagens, encontra-me no Instagram em @andreia.castro.dr ou no Facebook em Me across the World.
Comentários