1. Como/quando começou o “bichinho” das viagens?
Sentimos esta curiosidade de ver o mundo desde sempre, apesar de nunca termos viajado muito com os nossos pais. Fazíamos uma viagem de vez em quando, mas foi o suficiente para deixar nascer este bichinho que foi crescendo.
Começamos a viajar de forma mais regular quando fomos estudar em Paris, e depois disso viajávamos ao ritmo das férias e feriados.
Mas foi sem dúvida com o nascimento da Zoé, o nosso primeiro bebé, em 2014, que tivemos mesmo vontade de fazer das viagens parte integrante do nosso dia a dia e começamos logo por viajar uma grande parte da licença de maternidade (mais ou menos, dois meses).
Muitas pessoas à nossa volta nos disseram que não era possível viajar depois de sermos pais. Mas foi exatamente o oposto e com a vinda do Guy e depois da Mya aceleramos ainda mais o ritmo das viagens.
Temos vontade de lhes mostrar o mundo, de lhes abrir os horizontes
Temos vontade de lhes mostrar o mundo, de lhes abrir os horizontes. Não há melhor escola do que poder aprender pela experiência. Visitar vulcões, nadar com tubarões, fazer um piquenique no deserto, são experiências que lhes (nos) ensinam muito.
E sermos nós os estrangeiros numa cultura que não é a nossa ensina-nos a empatia e o respeito.
É isto que nos motiva e que alimenta este bichinho que não para de crescer.
2. Além de viajar, gostam muito de…
Música, fotografia, design.
São áreas que nos têm acompanhado sempre ao longo da vida, pessoal e profissionalmente, e que são sempre pontos de partida, até mesmo para descobrimos e explorarmos novos destinos.
E do mar! A praia com o som do mar como banda sonora é sempre o nosso “happy place” em qualquer parte do mundo, longe ou perto de casa.
3. Quantos países já visitaram?
Cerca de 40 dos quais 35 depois de sermos pais. E 24 já a 5, como família numerosa!
Mas só contamos países quando alguém nos faz esta pergunta.
Voltamos muitas vezes aos sítios onde somos felizes. Singapura, Bali, Grécia, Dubai, Califórnia são alguns dos destinos que nos acolheram mais de uma ou duas vezes.
Viajamos pelas experiências, pelas pessoas e culturas, pelo ambiente, cheiros e sabores.
Sempre achámos que os países, as cidades, as paisagens, não se contabilizam. Vivem-se!
4. Viagens mais marcantes e porquê?
Temos três viagens que nos marcaram profundamente.
A nossa primeira viagem à Asia (Singapura, Bali e Tailândia) mudou para sempre a nossa forma de viajar. Foi a primeira vez que viajamos mais de um mês de seguida, já com duas crianças pequenas, à descoberta de tantas culturas e sabores.
Islândia. Ao mesmo tempo tão perto e tão “longe”. As paisagens quase lunares, mas tão ricas e envolventes. Pessoas habituadas a um clima tão inóspito, mas tão acolhedoras e calorosas. Um país onde se servem hambúrgueres em toda a parte, mas decidiu banir o McDonalds. A Islândia é um mundo à parte!
E, por fim, à Polinésia Francesa. Porque é um paraíso perdido no “fim do mundo”, o fruto proibido que nem estava nos planos. Mas principalmente porque para nós faz parte do país a que chamamos casa. Tecnicamente continuávamos em França (vivemos em Paris há muitos anos) mas a cultura, as condições de vida, as paisagens, as pessoas… tudo é tão diferente! Sentimos o ritmo de vida desacelerar. Vivemos, como quem lá nasceu, ao ritmo do sol e das marés.
5. Destino que querem regressar e porquê?
Queremos muito regressar à Ásia. Temos muitas saudades de Bali e Singapura. São destinos extraordinários, de pessoas que nos fazem sentir em casa. Destinos que fazem parte da nossa história e já há dois anos que não podemos viajar para lá.
A Mya foi festejar os 3 meses a Singapura da última vez que fomos à Ásia e queríamos muito que ela conhecesse Bali como os irmãos conhecem.
E queremos voltar à Polinésia, claro. É um destino, que quando vivido fora dos resorts, nos marca profundamente.
Aqui mais perto queremos voltar à Grécia, mais especificamente às Cíclades, que viram os nossos filhos crescer e onde temos amigos, mas onde não conseguimos ir em 2021.
Ser viajante é querer conhecer os destinos como se conhece uma pessoa
Sobre esta ideia de regressar a destinos já visitados, muita gente me pergunta (muitas vezes) porque repetimos destinos. Dizem-nos que há muito mundo para ver e que é “desperdício” voltar. Somos da opinião que um destino não se conhece num fim de semana nem em 15 dias. E uma cidade, um país, as pessoas, mudam muito com o tempo, com as estações do ano, com o contexto social e político…
Voltamos aos sítios que nos marcam porque ser viajante é querer conhecer os destinos como se conhece uma pessoa, ao longo do tempo, em situações diferentes. Para ao fim de um certo tempo o poder chamar de “amigo”.
6. Próximos destinos e expectativas. Tendo em conta a atual conjuntura, como acha que vão ser as viagens durante e pós-Covid-19?
Apesar das muitas saudades que temos da Ásia, este ano acreditamos que continuará a ser mais fácil viajar para o oriente.
Temos vários países da América Central na lista de viagens para o primeiro semestre do ano. Mas sem nunca descartar outras hipóteses, claro. Até porque a palavra de ordem para viajar agora é “flexibilidade”. E queremos voltar à neve ainda este inverno.
Apesar deste início de ano mais atribulado com a propagação da nova variante, acreditamos que as viagens vão continuar a acontecer e que o ritmo vai mesmo acelerar. Mas talvez com mais restrições durante os próximos meses.
Nunca deixamos de viajar durante a pandemia. Desde maio de 2020 visitamos cerca de 20 países, em 4 continentes por isso claro que acreditamos que, estando vacinados e com as devidas precauções e respeito pelas regras de cada pais, é possível viajar de forma segura e aproveitar e descobrir novos destinos.
7. Dica de viagem mais valiosa que pode dar
Calma. Muita calma e combater sempre o pânico e stress. E descomplicar sempre!
Já nos aconteceu de tudo: entrarmos de carro no ferry para o destino errado, perderem-nos as malas três vezes em quatro voos, perdemos chuchas e até nos esquecermos dos biberons todos em casa. Já fomos assaltados e burlados, os miúdos já ficaram doentes… Nem sei. Já nos aconteceu de tudo!
Existem sempre soluções. Mas para as encontrarmos é preciso manter a calma e ser práticos. Talvez a situação ou mesmo a solução não sejam ideais, mas no final tudo se resolve. Pensamento positivo sempre!
De forma mais prática: ter sempre identificação connosco, um telemóvel a funcionar (bateria e acesso internet) e informar sempre algum familiar ou amigo sobre o nosso paradeiro.
8. Lugar preferido em Portugal
Lisboa é sempre a nossa primeira resposta. Cidade onde nascemos e estudamos. E onde temos a grande maioria da nossa família.
Mas não poderíamos deixar de falar na paz que o Douro nos faz sentir.
Sem esquecer os Açores que nos envolve em tons de verde sem fim.
Não precisamos de viajar até ao outro lado do mundo para encontrarmos beleza, sítios incríveis e paisagens extraordinárias.
Portugal é um país lindo, diverso, surpreendente.
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