“Tudo porque o destino bafejou-nos com a sorte de, no século XVI, terem vivido na cidade duas fantásticas personalidades: Vasco Fernandes, o Grão Vasco, e D. Miguel da Silva, o Perfeito Cortesão”, justifica Pedro Sobral, diretor da Eon - Indústrias Criativas.

Segundo Pedro Sobral, foram eles que “fizeram a diferença e conseguiram colocar Viseu, uma pequena cidade do interior, a rivalizar com centros urbanos muito mais importantes, como Lisboa, tendo motivado invejas e ciúmes”.

Esses são os ingredientes que farão parte das cenas dramatizadas nas novas “Viagens com História”, que se vão prolongar até sábado, sempre à noite, em parceria com a Câmara de Viseu, que financiou o projeto com 25 mil euros.

O espetáculo conta com direção artística da associação cultural Zunzum, dramaturgia de Carlos Santiago e encenação de Isabel Legoinha. A interpretação ficará a cargo de Daniel Matos, Filipa Fróis e Roger Bento.

As “Viagens com História” decorrem em monumentos e espaços menos conhecidos da cidade e destinam-se a todos os públicos, independentemente da sua faixa etária e formação.

“De uma forma simultaneamente séria e lúdica, este produto conta a história e as histórias da cidade de Viseu ao longo de seis temas, com quatro espetáculos cada, num total de 24 espetáculos”, explica Pedro Sobral.

Nestes espetáculos, um narrador faz uma apresentação ao tema que, de seguida, será encenado e dramatizado por atores.

“Deste modo, haverá uma simbiose entre um guião mais sério e científico proferido pelo narrador e um guião mais leve e divertido representado pelos atores”, refere Pedro Sobral, acrescentando que se pretende “uma complementaridade nos discursos”.

O responsável esclarece que, “de modo algum, se trata de recriações históricas, mas sim de reinterpretações livres, adaptadas ao mundo de hoje, que terão, no entanto, sempre uma base científica segura”.

Os temas têm seguido uma ordem cronológica: “Em busca da cidade escondida” (sobre a origem de Viseu), “Tempos de Guerra” (sobre o período muçulmano), “A identidade do rei” (sobre a corte de D. Henrique e D. Teresa e o nascimento de Afonso Henriques) e “Momentos de glória” (sobre a dinastia de Avis, o nascimento de D. Duarte e a formação da Feira de S. Mateus).

Agora, o tema irá centrar-se no século XVI e nas figuras de Grão Vasco e D. Miguel da Silva.

O último tema será a modernidade, com a derrocada da fachada da Sé no século XVII, o barroco e a viragem para o futuro, com o título ”História feita de mo(n)umentos”, avança Pedro Sobral.

Foto: Viajar entre Viagens