Vandalizar obras de arte, exibir as partes íntimas em locais sagrados ou públicos, faltar ao respeito, falar alto demais, depredar lugares ou fazer qualquer coisa por uma selfie são apenas alguns exemplos do mau comportamento de turistas durante viagens - muitos foram documentados e tornados públicos, como pode ver aqui. Há, inclusive, estragos causados em Portugal.
Assim, já existe até um conceito para definir esta facilidade em quebrar regras e, até, cometer crimes durante uma viagem, chama-se "síndrome do turista".
Um inquérito feito a 1.231 norte-americanos por analistas de viagens da Radical Storage investigou como o mau comportamento é normalizado nas férias.
Maioria admite ter um comportamento desviante durante as férias
Uma das principais conclusões é que a maioria dos inquiridos, 56,5%, revela ter a "síndrome do turista" durante as férias.
Quanto mais jovens, mais propensos ao mau comportamento. Sete em cada dez (72%) das pessoas com idade entre 18 e 27 anos disseram que provavelmente se comportariam de maneira diferente nas férias, mais de metade das pessoas (56,1%) com idade entre 28 e 43 anos também admitiram comportamentos fora da norma. O número desce para 48,6% entre pessoas de 44 a 59 anos e sobe para 49,1% na faixa etária dos 60 a 69 anos.
Contudo, o mau comportamento vem com remorso e autoconsciência. Três em cada cinco (62,1%) ficaram constrangidos com o comportamento de alguém com quem estavam a viajar e metade (50%) ficou constrangida com o seu próprio comportamento.
Quais são os principais comportamentos errados cometidos?
Os principais maus comportamento admitidos durante as férias são: as pessoas tornam-se mais territoriais (34,7%), por exemplo, ao colocar toalhas para marcar o lugar à beira da piscina; posam de forma inadequada com uma estátua (32,3%) e colhem plantas numa reserva natural, jardim público ou em propriedade privada sem permissão (30,2%).
Interagir com animais selvagens, ser mais agressivo quando está numa fila, urinar num local público, invadir um lugar com acesso vedado, deixar uma marca num objeto público, passar à frente numa fila e defecar num local público são outros maus comportamentos indicados pelos inquiridos.
Quatro em cada dez (42,5%) admitem infringir uma lei durante as férias
Como as leis são diferentes em cada país, nem sempre é possível saber se estamos ou não a quebrar uma lei. No entanto, há uma grande diferença entre ser barulhento demais num restaurante e cometer um crime.
Os homens são mais propensos a infringir a lei durante as férias do que as mulheres - 50,2% dos homens em comparação com 37% das mulheres.
Apesar de 60% dos inquiridos terem revelado que costumam pesquisar as regras do país que vão visitar, metade assumiu que prefere fazer o "papel de turista despercebido" para sair de uma situação problemática durante as férias.
Quase nove em cada dez (85,7%) leva itens do hotel
Se há alguns itens que são aceitáveis levar de um quarto de hotel, outros nem por isso e pode mesmo ser considerado roubo. Neste inquérito, 53% disse que deixa o seu quarto de hotel mais desarrumado do que em casa.
A maioria das pessoas (67,9%) admite retirar itens do pequeno-almoço no buffet do hotel para comer mais tarde. Quase metade admitiu levar produtos de higiene pessoal (46,9%), retirar café ou chá (25,8%) e uma em cada cinco ficar com artigos de papelaria do quarto (21,9%).
Levar esses itens de baixo valor pode não provocar debate, mas roubar outros objetos pode dividir opiniões. Uma em cada dez pessoas roubou cabides (13,9%), toalhas (13,2%) ou louças (9,3%) de um hotel.
Quatro em cada dez traíram o parceiro nas férias (41,3%)
Muitas séries e filmes fantasiam com a ideia de ter um romance durante as férias, e este inquérito descobriu que um terço das pessoas se sente mais sedutora neste período (34,9%).
Assim, quatro em cada dez pessoas (41,3%) admitem ter traído um parceiro durante as férias. Três em cada dez (28,8%) disseram ter ido a um clube de striptease nas férias. Um terço das pessoas (35,7%) também disse que era mais propenso a ir a um clube de striptease nas férias, e 12,9% disseram que seriam mais propensos a contratar um profissional do sexo.
E quais são as "desculpas" para o mau comportamento?
A principal razão dada para agir de forma errada foi que as férias são um momento para "soltar-se das amarras e divertir-se" (40,6%). Os outros motivos mais comuns foram "sair da zona de conforto e criar algumas memórias" (40,3%) e "a aceitação de comportar-se de maneira diferente onde ninguém nos conhece" (29,4%).
Com tantos incidentes relacionados as selfies, talvez não seja surpreendente que metade pense que as redes sociais fazem com que as pessoas se comportem pior nas férias (49,1%).
Apesar de admitirem mau comportamento, a maioria dos inquiridos (61,4%) considera que deveria haver punições mais severas para quem se comporta mal durante uma viagem.
E - outro indicador de autoconsciência - a maioria dos norte-americanos (63%) considera que os seus compatriotas se comportam mal no exterior, embora 8,1% digam que outras nacionalidades se comportam ainda pior.
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