Com o essencial que tinham e o produto que havia, os aldeões faziam cola com farinha e água, que usavam para colar folhas de milho à indumentária diária. Os trajes, típicos e únicos, desfilavam pelas ruelas da aldeia, anunciando a aproximação da quadra pascal. Festejado o entrudo, era tempo de lavar no rio a vestimenta e voltar a dar-lhe o uso necessário e quotidiano.

É esta tradição secular que os habitantes querem reavivar, acrescentando-lhe um toque de modernidade, com os “Folhateiros de Outeiro”.

Os trajes continuam a fazer-se com as folhas do milho, aos quais se acrescentam pedaços de espigas e grãos de milho multicolor, para adornar a fatiota. Os badalos, sustentados por espigas e cordel, hão-de fazer-se ouvir no corso. As máscaras, uma adição recente, todas únicas, são, também elas, laboriosamente enfeitadas com pedaços de espigas, grãos e folhas de milho, transformadas em belas peças de arte. Uma tradição diferenciadora, que importa voltar a edificar e que merece, sem dúvida, ser vivida.

Outeiro acolhe o “Entrudo Folhateiro” no próximo dia 2 de março de 2025, com o Desfile dos Folhateiros, às 14 horas, a animar as ruas e vielas até ao centro da aldeia, onde acontece, pelas 15h30, a Queima do Entrudo. A festividade culmina com convívio e lanche, animado pelos “Os Barrosões”.

A iniciativa é organizada pelos Mountain Riders com o apoio dos Folhateiros de Outeiro.