Com uma localização privilegiada, para quem procura os espetáculos no Jubilee Park, o maior palco do recinto, o Al Lusitano funciona quase como uma bancada VIP. O seu amplo terraço é o espaço ideal para, ao final do dia, descansar as pernas, refrescar com um cocktail e repor energias com uma refeição reconfortante.
A aposta do Al Lusitano é mesmo de apresentar pratos generosos de comida. Bem exibidos, em loiça portuguesa – quem resiste a um arroz aconchegado numa tigela de barro de Bisalhães? – mas sem grandes malabarismos estéticos.
Proporciona refeições descontraídas com todo o melhor cenário: talheres, loiça e copos e acessórios com estilo e de marcas lusitanas.
A carta foi apresentada antes da inauguração da Expo já a pensar na duração de seis meses do evento e as novidades vão sendo apresentadas ao longo do tempo, de forma a que os visitantes possam voltar e conseguir ter experiências diferentes.
O rigor dos costumes locais é respeitado e nesta cozinha não entra nem porco, nem álcool. Houve necessidade de adaptar algumas receitas, de forma a poder receber todos os clientes. Já imaginaram o desafio de preparar pratos tradicionais portugueses sem recorrer à banha ou a uma simples marinada de vinho branco? A verdade é que esta equipa conseguiu chegar aos sabores de Portugal por outros atalhos. Bernardo Cruz, Gerente do Restaurante, explicou-nos que, por uma questão de estabilidade, grande parte dos ingredientes vêm diretamente da origem.
Começámos com um conjunto de entradas (que pode muito bem fazer uma deliciosa refeição): pão, azeitona portuguesa, croquetes de vitela e pastéis bacalhau (um sucesso por aqui), salada de polvo, salada de bacalhau com grão, gambas ao alho e pica-pau de vaca. A lista estende-se por outras sugestões de fazer crescer água na boca, como peixinhos da horta, ovos mexidos com alheira de aves, mini empada de galinha, bolinhas de alheira de aves, petinga frita ou carpaccio de bacalhau, entre outros.
Ainda que o álcool não entre na confecção de pratos, pode ser pedido para acompanhar a refeição. O Al Lusitano dispõe de uma carta que inclui mais de duzentas referências, representativas do que melhor se produz nas diferentes regiões. Outra opção são os cocktails, elaborados por Denis Campo, o responsável do bar. Sugerimos o Adamastor, inspirado nas viagens marítimas dos portugueses, que é uma combinação de lima, malaguetas e rum. Ou o Cherry Punch, mais doce, inspirado na cereja do Fundão.
Nas sugestões de peixe e marisco vingam o Polvo à Lagareiro, o Arroz de Marisco, o Bacalhau à Lagareiro ou com broa e puré de grão. Há também Peixe do dia e sempre que possível, Sardinhas assadas.
Nos pratos de carnes, é muito popular a Costela da vazia com molho de manteiga ou o Frango Piri-Piri. Na mesa ao lado, uma visitante recebia, com grande espanto, o seu meio frango de refeição (é semelhante ao frango da Guia, de pequenas dimensões, ainda assim a causar impacto). Da lista de slow food destacamos o Cabrito à padeiro, um resultado interessante de paladares já próximos do médio oriente.
De sobremesa, o fresco Carpaccio de ananás com xarope de coentros é sempre uma boa forma de rematar a refeição. Os mais gulosos, podem-se deixar tentar pelo Leite creme (servido em taça de olaria de Bisalhães) ou o surpreendente Bolo Dona Amélia. Esta especialidade da Ilha Terceira, nos Açores, é uma adaptação do “Bolo das Índias“, que se tornou famoso graças às especiarias muito comuns na época, trazidas pelos marinheiros em expedições vindas da Índia. O bolo é feito com milho, noz moscada e canela.
Conhecer a cultura de outro país é também entrar pela sua gastronomia e, neste aspeto, o Pavilhão de Portugal não poderia estar mais bem representado, com o Al Lusitano. O restaurante do Pavilhão de Portugal é fruto de uma parceria entre o Chefe Chakall e o empresário Pedro Rodrigues.
Reportagem de Tânia Fernandes e António Silva
Artigo originalmente publicado no site Canela & Hortelã
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