Há um bar em Liverpool, com o conceito pay-per-minute, mesmo no cais Albert Dock, onde entra e paga o tempo. Chama-se Ziferblat e faz parte de um conceito espalhado em várias cidades. Estranho? Não, é assim mesmo que funciona. Com uma logística que fascinou a Nádia Gaspar (@nadyagaspar) na sua primeira viagem a Liverpool antes da pandemia. Foi a Liverpool há mais de um mês com a sua família e com o confinamento (e estar impedida de voltar a Portugal nesta fase) ela sente isto: “não volto tão cedo a ter uma experiência daquelas”.
Esta é mesmo uma experiência que deve colocar na sua lista de ‘must-have’ para viagens dentro da Europa. E não é só em Liverpool, como também em Londres e Manchester que vai encontrar cafés com ponteiros em pagamento. Inglaterra tem um novo charme com estes cafés, sobretudo o mais recente em Londres que reabriu com este conceito de 6 penny por minuto. Vamos tentar perceber o que vai poder encontrar?
Especificamente em Liverpool, ela descreve o espaço como carismático e muito vanguardista: “havia sofás comuns remodelados” e com origem em vários géneros de decoração. Tudo dentro de um mesmo espaço. Este bar tem um lema: pague o seu tempo porque ele é valioso, mais do que os bens consumíveis. Uma forma prática de valorizar o tempo literalmente enquanto o paga. Mais: saiba que não paga mesmo nada (nem bebidas, nem comida) e que, no fim das contas, paga cerca de cinco euros (repense em libras) por hora.
É uma ótima opção para um encontro romântico, para um desanuviar com amigos já em breve. Junta-se um meeting num café que já por si dá muita conversa e ainda há um piano que pode utilizar, entre outros pequenos espaços dentro do café. Quanto à gastronomia, tem vários pratos que vão aliciar o paladar de todos, incluindo vegan. Quanto à música, esteja à vontade que há para todos os gostos, aliás também pode assistir a sessões de poesia.
O café de Liverpool já tem tido tanta adesão que abriu um novo na mesma cidade, portanto não tem razão para perder o Ziferblat de vista. Se quiser conhecer a origem desta filosofia de ‘café’ pode mudar a rota e ir à Rússia pois em 2011 começou esta cadeira de bares que já vai em quinze pela Europa. Só pode variar ligeiramente o valor por minuto, mas é caso para dizer: “Tempo é dinheiro”.
Pode só ficar a pensar se este tipo de café gerará stress ou ansiedade pelo tic-tac incómodo. Um dos aspetos deste movimento é precisamente a gestão de ansiedade dos clientes que são confrontados com técnicas de aproveitar o tempo e assim: evitar o chamado síndrome do coelho branco (white rabbit syndrome). Este síndrome não é mais do que o grande problema de que a maioria padece: a sensação desgastante de que se chega sempre atrasado ou de que não se tem tempo. A Nádia assegura esta experiência e eu recomendo que leia os testemunhos de clientes, por exemplo, aqui.
Nesta viagem não se esqueça do relógio!
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