Aquelas imagens de cidades vazias e aeroportos fantasmas já nos parecem distantes. A pandemia levou o turismo ao fundo do poço, arrastando também a aviação e outros serviços. Os números de 2022, contudo, mostram que um dos motores económicos de muitos países está a recuperar a todo o vapor.

De acordo com a Organização Mundial do Turismo (OMT), o turismo internacional cresceu 182% no primeiro trimestre de 2022, em comparação com o período homólogo. A Europa lidera o crescimento com um aumento de 280% de chegadas.

As previsões são que o crescimento continue e os números voltem ou ultrapassem os do ano de 2019 quando chegarmos a 2023, o que já não falta muito.

Pelo meio, assinala-se nesta terça-feira o Dia Mundial do Turismo, sob o mote “Repensar o Turismo”. O objetivo da OMT é aproveitar este momento de crescimento para melhorar o setor.

“Colocar as pessoas e o planeta em primeiro lugar e reunir todos, desde governos e empresas até comunidades locais, em torno de uma visão partilhada para um setor mais sustentável, inclusivo e resiliente”, declara a organização.

Mas será possível olhar para o futuro sem cometer os erros do passado? Na fase mais aguda da pandemia, muitos pensaram que esta seria a oportunidade para a humanidade tornar-se melhor. Hoje em dia, comprovamos que esse pensamento não passou de uma utopia.

Com o turismo, tudo indica que o caminho trilhado seja o mesmo. Enquanto se continuar a escolher os lucros acima de tudo o resto, também este setor não vai contribuir para um mundo mais igual e sustentável.

Felizmente, há cada vez mais exemplos de destinos que apostam na sustentabilidade, no respeito pelas comunidades e que pretendem proteger o património natural ou edificado do excesso de visitantes.

Em última instância, cabe a cada viajante ser esclarecido e tentar fazer parte da solução. Como? Informando-se sobre formas sustentáveis de viajar, escolhendo destinos menos massificados e apoiando projetos locais.