Segundo o AHP Tourism Monitor, que recolhe e agrega dados da hotelaria portuguesa, “2017 foi o melhor ano de sempre nos indicadores operacionais, com a taxa de ocupação a registar um resultado histórico e com o RevPar (receita por quarto disponível) a crescer a dois dígitos, o que demonstra que o preço acompanhou a procura”.

O registo de 71% na taxa de ocupação no ano passado significou mais três pontos percentuais (p.p.) em relação a 2016, tendo a Madeira voltado a registar o valor mais alto: 83%, traduzindo uma subida de 0,6 p.p.

A taxa de ocupação na capital, Lisboa, fixou-se em 80% e no Porto em 76%. Por categorias, a AHP destacou as duas estrelas com um crescimento de 6,6 p.p., “fixando-se nuns expressivos 79%”.

Em 2017, o preço médio por quarto ocupado (ARR), a nível nacional, foi de 88 euros, numa subida de 10% em relação ao ano anterior, com Lisboa a registar o preço médio mais elevado com 107 euros (+14%).

Em termos de RevPar, o valor em 2017 foi de 63 euros, numa subida de 15% na comparação homóloga, tendo todos os destinos registado valores positivos e mais vez Lisboa liderou com 85 euros. Seguiu-se o Algarve com 66 euros e o Grande Porto com 63 euros.

“Em termos de variação homóloga as melhores performances neste indicador foram Leiria/Fátima/Templários, com 28% de crescimento, e Viseu, com 25%”, lê-se na informação divulgada.

Num comentário aos dados de 2017, a presidente executiva da AHP, Cristina Siza Vieira, notou o crescimento nos três principais indicadores: taxa de ocupação, ARR e RevPAR, ressalvando, a margem de crescimento da estada média.

A dirigente da AHP destacou a Região Centro, que, “apesar das vicissitudes por que passou, teve também uma performance na hotelaria digna de registo em 2017”, ao crescer 7% na taxa de ocupação, 10% no RevPAR, 10% no ARR e 17% no RevPAR”.

Esta base de dados da AHP demonstrou ainda que o peso das dormidas nacionais em 2017 foi de 29% enquanto as dormidas do estrangeiro chegaram aos 71%. Em termos de hóspedes, 39% foram nacionais enquanto 61% foram estrangeiros.

Nas dormidas internacionais, a liderança foi do Reino Unido (14%), seguindo-se a Alemanha (13%), Espanha (6%) e França (6%). O mercado brasileiro protagonizou o maior crescimento em 2017 (subiu de 2% para 3%). Por outro lado, o mercado britânico baixou dos 15% em 2016 para 14%, “sendo o mercado com maior quebra no peso das dormidas ao longo do ano”.

A nível dos turistas internacionais, o Norte foi preferido por espanhóis (12%) e franceses (9%), enquanto o Centro esteve na mira também dos espanhóis (13%) e dos italianos (7%). Em Lisboa, o destaque foi para o mercado francês (10%) e alemão (9%) e no Alentejo dos turistas espanhóis (7%).

No Algarve, o domínio foi dos ingleses (34%) e alemães (11%).

Na motivação das estadas, no ano passado, o lazer/recreio e férias foi “claramente a principal motivação das dormidas, com 82% das preferências, e a motivação negócios/profissionais chegou aos 11% e as outras motivações aos 7%”.

Cristina Siza Vieira sublinhou que o crescimento na hotelaria “tem sido modesta”, numa análise a 10 anos, notando que os saltos mais positivos têm acontecido apenas a partir de 2015.

Lusa