No topo da Serra da Atalhada, como sentinelas vigiando o território, encontramos moinho, atrás de moinho. São mais de 20 no total, todos em fila. Imponentes, como aqueles que D. Quixote confundiu com gigantes e enfrentou em batalha, ou talvez poéticos como os de Fernando Pessoa — movidos não à força de vento ou água, mas de mágoa… tudo depende do estado de espírito.
O que importa, realmente, é que a paisagem é linda de morrer!
Vistas panorâmicas, flores por todo lado — afinal, é primavera —, e um bem-vindo silêncio, só interrompido pelo zumbido das abelhas e pelo ocasional chilrear de um passarinho.
Não deve ser sempre assim. Muitos destes moinhos, parece-me, são agora alojamentos locais e no verão a área deve se encher de pessoas e de movimento, mas no início de abril a tranquilidade era total.
Observei os moinhos com atenção. Alguns ainda estão degradados, mas a maioria foi completamente restaurada. Penacova possui um dos maiores núcleos molinológicos do país e é um gosto perceber que está a cuidar bem desta parte importante da sua cultura, pois, se no passado estes engenhos constituíram uma fonte de rendimento e uma forma de subsistência, hoje são uma mais-valia patrimonial para o turismo local.
Os moinhos de vento da Serra da Atalhada são mais uma joia deste nosso Portugal que vale a pena conhecer. É um passeio lindo de fim de semana, perfeito para tirar fotografias, apreciar a vista, ou só para aproveitar a tranquilidade e a paz da serra.
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