Entrar no recinto da Viagem transporta o visitante a um longínquo passado, com os figurantes vestidos a rigor, numa animação de rua itinerante e representação do quotidiano medieval constantes. Lavadeiras, soldados, saltimbancos, cavaleiros, frades, escudeiros e damas passeiam-se entre a multidão, que abre alas à passagem do cortejo real, para ver de perto, D. Duarte, interpretado pelo ator Pedro Laginha, e sua esposa, D. Leonor de Aragão.

Com 24 espetáculos diários e mais de 17 áreas temáticas, a Viagem Medieval é uma experiência que deve ser vivenciada com tempo, em passeios calmos e pausados, entre os seus inúmeros espaços. Para os visitantes que quiserem um maior envolvimento, os bilhetes experiência permitem casamentos na viagem, visitas guiadas com história, cavaleiro ou princesa por um dia, entre outras propostas imersivas.

O Castelo

A nossa viagem, no primeiro dia da Viagem Medieval, inicia-se no Castelo, ornamentado a rigor para receber a família real. A figuração e histórias encenadas permitem conhecer o quotidiano do castelo e descobrir as artes e ofícios medievais. A sala e o quarto real não foram esquecidos, com detalhes impressionantes que marcam, definitivamente, a entrada do viajante numa nova era.

Dança-se e canta-se no largo do Castelo, entre rodas e voltas, ao som dos tambores e das palmas mais que merecidas. Os pequenos artistas podem dar asas à imaginação nas oficinas que os convidam a criar os seus artefactos em cortiça. Nos jardins do convento, crianças e jovens aprendem antigos ofícios, prontamente ajudados pelos pequenos infantes.

Os banhos públicos S. Jorge

É chegada a hora de repousar o corpo e a mente. Os banhos públicos de S.Jorge, na Quinta do Castelo, apresentam um leque de propostas relaxantes, entre banhos e unguentos, ao som da harpa e dos bailados. Um verdadeiro oásis de paz e tranquilidade, longe do rebuliço medieval que aquieta o recinto.

Renovados, partimos à descoberta, desta feita numa visita ao Museu Convento dos Lóios. A Botica do Convento, a exposição Tatear e Sentir e os cânticos dos padres pelos claustros são algumas das nossas sugestões. O espaço recebe, diariamente, um conjunto de oficinas, dedicadas aos ofícios dos nossos antepassados.

As praças e largos

No Largo da Nau, assistimos ao regresso do escudeiro Gil Eanes, depois de dobrar o Cabo do Medo e ecoam os gritos dos tambores.

O Rossio, a Praça da Câmara, a Praça do Canastro e a Praça Nova são os espaços dedicados à feira franca e à restauração. Entre pregões, danças e cânticos, vamos circulando por tabernas repletas de gente, com sabores e aromas que permanecem no tempo.

E, enquanto há tempo, visitamos a Cetraria, a granja dos animais, o terreiro militar e o palanque. Entre histórias e estórias, conhecemos a História da corte e somos brindados com uma breve história de Portugal, entre malabaristas e saltimbancos.

Do castelo aos banhos públicos, voltamos à Idade Média em Santa Maria da Feira
Do castelo aos banhos públicos, voltamos à Idade Média em Santa Maria da Feira créditos: RPporai

O Terreiro das Guimbras é o palco dos espetáculos “Martírio e Paixão” e “Cerco de Tânger”, com revisitações cuidadosamente apresentadas, para gáudio do muito público presente.

Terminamos no “Folguedo na Praça”, com as folias da festa, entre palmas e danças. "É tempo de festa e de alegria!", dizem. Pois bem, resta-nos desfrutar alegremente desta viagem ao passado.

O programa completo pode ser consultado na página oficial do evento.