Se é fotógrafo ou influencer aproveite, agora, para colocar em dia todas as fotografias e momentos que o tempo normal nunca lhe permite. O stress mudou. Os lugares não. Reencontre-se com a sua terra. Pode começar por relembrar as sete maravilhas de monumentos em Portugal, como o caso do Mosteiro da Batalha. Lindíssimo, imponente, vigoroso. Adorei e volto, mas não é o meu concelho. Se é o seu, revisite-o. Encontre nesta viagem um sentido de valor diferente, como se ela fosse de muitas milhas e sendo todo o mundo que pode agora visitar. É um ponto de vista correto e otimista! Quem é de Lisboa, porque não revisitar o Mosteiro dos Jerónimos? Eu vou fazê-lo pois fica a umas ruas abaixo de minha casa. É uma das sete maravilhas e está no meu concelho atual. Aqueles arcos e lanternas que me remetem para uma idade tão antiga e tão religiosa. Ali fotografar, em silêncio, é uma forma de orar.

Ainda em Lisboa, dou um saltinho ali ao lado, a outra maravilha estendida à beira-mar: a Torre de Belém. Já a visitei e andei, meio alada, ali por aquelas escadas íngremes que a Torre parece que esconde a quem vê de fora. A nova viagem até lá e ao seu topo tem, hoje, outro sentido. Viajar dentro de concelhos é redescobrir-nos. Depois, bem a Norte, em Guimarães, que tal levar a namorada até ao castelo, outra das sete maravilhas do país? É coisa para dizer que esta é uma forma de a tratar como uma rainha, em tempos de restrição.

Quem reside em Trás-os-Montes nem precisa sair de casa para viajar nesta época: uma das maravilhas eleitas da gastronomia portuguesa está na alheira de Mirandela. Que apetite me abriu, que viagem familiar invejável. Sei bem que nos custa não poder conviver, como antes, em bares e discotecas. Que tal, a horas certas, juntarem-se os amigos e partilharem esta maravilha no prato?

Não é maravilha considerada de Portugal, mas está na Lourinhã: acabou de ser concluída uma das obras de arte de Vihls. Ele não hesita em surpreender com a sua irreverência e desta vez foi na Lourinhã, junto ao mar, que esculpiu o rosto do Nobel José Saramago. Não é a primeira vez que o desenha, mas esta forma é sublime. Encantou todas as idades e muitos já lá foram mal a notícia se espalhou como as ondas do mar se espalham, com força, naquela entrada de praia. É uma rampa de acesso nada fácil e que entrega a obra ao mar. Parece mesmo um presente ao mar se repararem com atenção. Ali, onde o mar atraca com ruído.

Na perspetiva de quem está a pé, pisando a beira da escultura, não vai conseguir ver a plenitude da obra. Mas perceberá os traços entre as avalanches das ondas. As imagens de drone ajudam a perceber a grandiosidade dos contornos do nosso português. Portanto, portugueses da Lourinhã já vão estar ocupados nos momentos livres desta altura de restrição de concelhos. E fica um conselho neste concelho: cuidado com a força do mar e levem galochas e as vossas lentes fotográficas. É mesmo uma obra sobre uma obra. Na pedra está imortalizado, agora, o homem que escreveu sobre nós como uma jangada de pedra. E não é que somos atualmente essa jangada, à deriva na COVID-19? Aproveite e releia, agora com cheiro a maresia, Saramago.

Depois da Lourinhã, gosto de pensar que os meus conterrâneos aveirenses podem (voltar a) embarcar num moliceiro. Acredito que há muito estão parados, com a pandemia. E estes barcos pitorescos não são coisa feita apenas para o turista que deu nome de Veneza a Aveiro. Vamos entrar nesses barcos, agasalhados, e seguir pelo canal. Sobretudo famílias e casais. A viagem é curta e merece o voto.

Já agora continuem a pesquisa para ver se sabem, na ponta da língua, as maravilhas do país, em património, gastronomia, praias, entre outros. Desde o continente até às ilhas. E viaje dentro das maravilhas do seu concelho, há muito mais do que a lista indica. Escreva-nos sobre o que para si é uma das maravilhas do seu concelho! Aguardo por si.

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