Conhecida por Ilha da Prisão ou Ilha da Quarentena, a Changuu situa-se a menos de seis quilómetros de Stone Town, a capital de Unguja, a maior do arquipélago de Zanzibar, na Tanzânia. Este paraíso insular, rodeado de mar azul-turquesa e repleta de vegetação verdejante, é pequeno – são 800 metros de comprimento por 230 metros de largura – mas tem uma história rica e longa.
Para lá chegar tem de se apanhar um barco na capital. A viagem faz-se bem nas águas calmas do Índico. Agora ponto turístico, a ilha esteve inabitada até 1860, quando o primeiro sultão de Zanzibar a cedeu aos árabes. Foi construída uma prisão em 1894, mas o edifício nunca chegou a ser usado com esse propósito.
Importa lembrar que Zanzibar foi um protetorado britânico de 1890 a 1963 e um local de grande importância comercial durante séculos. Na época, as epidemias proliferavam na capital e esta pequena ilha acabou por ser um espaço de confinamento. A prisão transformou-se em hospital e passou a ser conhecida como Ilha da Quarentena.
Hoje, as atividades mais comuns na ilha são turísticas e ambientais. Passam sobretudo por aproveitar a praia – nadar ou fazer snorkeling – ou visitar o santuário de tartarugas. Estima-se que um destes animais gigantes tenha 197 anos e há quatro com mais de 150 anos.
Santuário de tartarugas: os mais velhos seres no planeta ainda à espera de conservação
Estas tartarugas vivem há vários anos nesta ilha, mas são originárias das Seychelles. Em 1919, o Governador deste vizinho arquipélago no Índico ofereceu quatro tartarugas gigantes da ilha Aldabra a Changuu. Estes animais podem chegar a pesar 200 kg. Entretanto, o tempo passou e em 1955 os quatro animais tornaram-se em 200. Em 1990, eram sete e em 1996 apenas dois indivíduos.
O governo de Zanzibar, com o apoio da Proteção Animal Mundial, construiu um grande complexo para proteger esta espécie e os efeitos foram claros: atualmente, há cerca de cem tartarugas na ilha (que dividem pacificamente o espaço com alguns pavões).
Apesar de haver um caminho para os turistas e outro para as tartarugas, a verdade é que ambos se cruzam com frequência: os turistas à procura da melhor selfie e as tartarugas atrás das couves e alfaces que estes trazem para as alimentar.
É, sem dúvida, uma boa oportunidade para ver estes magníficos seres. Há vários sites turísticos que enaltecem a interação entre os animais e as pessoas, mas importa também realçar que este tipo de contacto tão direto está longe dos padrões de conservação que hoje se exigem no Ocidente.
Na ilha, há ainda um hotel, algumas casas, uma livraria e um restaurante, o Matthews, com uma boa vista para o mar e alguns pratos internacionais.
O clima é quente e agradável durante todo o ano, sendo que há mais probabilidade de chuvas em abril. Há várias empresas turísticas que fazem excursões de meio dia a esta ilha, o preço varia de 35 a 45 euros por pessoa e normalmente estão incluídas as viagens de barco, bem como a entrada no santuário de tartarugas. Vale a pena procurar um guia que fale bem inglês ou outra língua alternativa para saber mais curiosidades sobre a história desta pequena ilha de Zanzibar. E não se esqueça de dar um mergulho nas águas quentes do Índico.
O SAPO Viagens foi até Changuu a convite da TUI Care Foundation (e também escreveu sobre a transformação do lixo dos resorts de Zanzibar em artesanato).
Comentários