A palavra quarentena nunca esteve tão presente no nosso dia a dia como neste último ano, tendo-se tornado numa parte importante de nosso vocabulário diário. No entanto, a palavra quarentena tem mais de 600 anos e teve origem em Itália, quando o mundo lutava contra a peste negra ou peste bubónica.
Durante os anos da peste, os navios partiam de portos infectados e chegavam a Veneza eram obrigados a ancorar durante 40 dias antes de desembarcar. Essa prática começou a ser chamada de quarentena, sendo que a palavra deriva do italiano "quaranta giorni", que significa 40 dias.
Para proteger os cidadãos das primeiras ondas da doença, as autoridades estabeleceram um sistema de isolamento, para quem chegava de barco, em duas ilhas da lagoa - Lazzaretto Vecchio e Lazzaretto Nuovo. Enquanto os doentes iam para Lazzaretto Vecchio, as pessoas que não apresentavam sinais da doença ficavam em Lazzaretto Nuovo, para evitar que a peste se propagasse, já que não havia tratamento médico possível.
Lazzaretto Nuovo tornou-se paragem obrigatória para os navios vindos do Mediterrâneo e de mares distantes para que os cidadãos a bordo fizessem exames de saúde. Se na visita fosse diagnosticada a doença contagiosa, os pacientes eram transferidos para Lazzaretto Vecchio, caso contrário, ficariam em Lazzaretto Nuovo, durante cerca de quarenta dias em observação.
Atualmente, Lazzaretto Nuovo recebe cerca de 15.000 visitantes nacionais e internacionais por ano. A visita demora duas horas e inclui um percurso histórico-arqueológico no interior das muralhas e do Tezon Grande - edifício principal da ilha - que preserva graffiti e evidências datadas de finais de 1500 e início dos anos 1600, documentando as atividades de saúde ali realizadas. O prédio abriga exposições temporárias e permanentes, relacionadas com saúde, pesca e navegação.
Lazzaretto Vecchio também pode ser visitada, sendo que os visitantes são acompanhados por um guia que lhes mostrará o hospital e as galerias, as casas dos administradores, as celas dos pacientes e os dois jardins.
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