"Estou emocionada!", diz Martine Depagniat enquanto saboreia um expresso na esplanada de um café em Paris. "Tomar um café do lado de fora, isso é Paris!", resume, com um sorriso, a mulher que acordou cedo para tomar um café antes de ir trabalhar.
"Realmente senti falta do sabor de um verdadeiro café expresso", acrescenta, sentada na varanda do Café de la Comédie, a dois passos do Museu do Louvre e do Teatro Comédie-Française. "Acredito que as pessoas precisavam recuperar alguma normalidade, embora, é claro, ainda haja o medo de que a epidemia retorne", diz à AFP.
Todos os cafés, bares e restaurantes do país estavam fechados desde 17 de março, quando o confinamento geral foi decretado pelo governo para conter o surto de COVID-19, um duro golpe para a economia.
Mas, graças a uma queda no número de mortes no país, que totaliza quase 29.000, o governo autorizou a reabertura de todos os estabelecimentos na França, mas sob medidas de precaução.
Em Paris, apenas esplanadas
Em Paris, onde o vírus continua a circular mais ativamente do que no resto do país, os estabelecimentos só podem servir no exterior.
Perto do Canal Saint-Martin, Charlotte desfruta de um café na varanda da sua cafeteria favorita, acompanhada por um amigo. "Nós levantamo-nos cedo apenas para isso. Estou a aproveitar ao máximo, é o café do nosso bairro", diz.
Mais a sul, na Butte aux Cailles, um bairro colorido com ruas de paralelos, Barthélémy Bru termina de instalar as mesas e cadeiras na área externa de seu restaurante "Les Tanneurs de la Butte", deixando no mínimo um metro entre as mesas, conforme exigido pelas autoridades para reduzir os riscos de contágio.
"É o grande dia!", afirma este jovem de 30 anos, um tanto nervoso. "Esperamos que os clientes voltem. E com este sol, acho que eles virão", acrescenta, enquanto os termómetros ultrapassam os 25ºC na capital francesa.
Bru admite ter passado alguns meses "difíceis" com o encerramento do estabelecimento. "Não sabemos do que o futuro é feito, mas acho que será um ano difícil", estima.
A alguns metros, Petro Jaupi, dono do restaurante "Auberge de la Butte", desinfeta as mesas antes de receber os primeiros clientes. "Esperamos que o clima continue bom, porque tudo o que temos são as esplanadas", explica.
"Também esperamos que os clientes tenham confiança suficiente para voltar", acrescenta, com uma máscara descartável a cobrir a boca e o nariz.
Na avenida Champs-Elysées, que em tempos normais atrai milhares de turistas todos os dias, apenas alguns estabelecimentos reabriram nesta terça-feira. Para muitos não é rentável abrir apenas os espaços exteriores, ainda para mais sem turistas.
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