“The ghost town of the delivery riders” (a cidade-fantasma dos entregadores) é uma forma de agradecimento a estes profissionais que tiveram um papel fundamental no suporte da economia de restaurantes, pizzarias, bares e padarias milanesas.
Durante a fase de confinamento, “não podíamos sair de casa, exceto para emergências”, conta ao SAPO Viagens Eleonora Costi. “Os supermercados só podiam aceitar poucas pessoas de cada vez e havia longas filas, o mesmo acontecia nas farmácias e tabacarias”, recorda.
“Fazer encomendas online às grandes cadeias de supermercados era impossível, as entregas estavam agendadas para duas ou três semanas seguintes, e todos os restaurantes estavam fechados. A única opção útil era através destes entregadores”, reconhece a fotógrafa que vive em Milão.
Em poucas horas, estes profissionais traziam o que precisávamos. “Comida, cigarros, sushi, pizza”. “Tudo o que precisavas ou desejavas”. Além disso, foram uma ajuda fundamental a mães com bebés, idosos e pessoas com limitações físicas que não podiam mesmo sair.
Com esta série de fotografias, Eleonora quer agradecer ao trabalho destas pessoas, reconhecendo que é um serviço pouco valorizado – “o salário é baixo e os clientes raramente dão gorjeta”.
Meses difíceis
A fotografa freelancer explica ao SAPO Viagens que os últimos meses foram muito complicados, em termos económicos e psicológicos.
“Vivo sozinha. Estar longe da família foi muito difícil, ainda pior foi estar sem a possibilidade de sair para trabalhar e fotografar. Logo que tive autorização, peguei na minha câmara e saí para ver como estavam as coisas. Assim criei este projeto”, indica.
Neste momento, Milão começa a recuperar “lentamente”. “Com muitas precauções e novas regras para o bem de todos”. “Obrigatoriedade de máscaras, distanciamento social, entrada controlada em lojas, barreiras de acrílico nos restaurantes”, descreve.
“O estado está a tentar ajudar cidadãos e empresas. O mais importante agora é tentar recuperar a economia”, conclui a fotógrafa.
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