Ainda não tínhamos andado nem duas horas e já a camioneta estava parada à espera de um mecânico: o ar condicionado não funcionava. Rapidamente, a viagem, que de si já era longa, se tornou ainda maior com esta espera e... pior ficou quando descobriram que não iam conseguir arranjar o ar condicionado. A camioneta passou a ser um inferno! Tão quente... por vezes irrespirável. Já repararam que as camionetas modernas não têm janelas? Nestas situações só temos ar corrente da pequena janela do tejadilho... não imaginam. A maior ironia é que normalmente o ar condicionado vai até frio de mais nestas viagens, desta vez, aconteceu precisamente o contrário.

A camioneta do inferno circulou assim mais umas horas. E, quando já tínhamos a roupa toda colada ao corpo, parámos e dizem-nos que vamos trocar para uma com ar condicionado a funcionar! Ena... A felicidade é tanta que até nos esquecemos que vamos chegar à ilha tão tarde que já vai ser de noite. Nada mais interessa, quando estão 30 graus na rua, só queremos ter ar condicionado a funcionar.

Como dizia, chegámos já de noite a Kuala Besut, onde metemos as malas no barco e atravessamos o mar até chegarmos à maior ilha, a Perhentian Besar. De noite nada se vê, por isso, o melhor é descansar e, amanhã, aproveitar o dia.

Acordámos com um sol tímido, mas o ambiente continua quente e convida a mergulhos na água igualmente quente. Por quase toda a costa das ilhas há resorts - uns mais simples, outros mais chiques - e restaurantes. Pouca coisa já que o que interessa aqui é descansar, fazer praia, descansar, fazer mergulho, descansar e fazer snorkeling. Perceberam? Descansar!

Pelo que experienciei nas Perhentian, apesar de ter bastante gente nas ilhas, o turismo ainda não é de massas e consegue-se ter uma liberdade e espaço muito grandes. Nalgumas praias o areal está coberto de pedras de corais, mas se andar mais um pouco vai conseguir encontrar um areal fino e claro, como a Turtle Point. Um sítio verdadeiramente paradisíaco.

Durante a segunda noite, um vento forte ameaçou levar tudo pelo ar. Choveu muito, mas tudo serviu para acordarmos de manhã com sol. Era dia de snorkeling, por isso, tudo ajudou a que tivéssemos o dia perfeito.

Fizemos um passeio de barco com quatro pontos de paragem. E, no primeiro, deu logo para ver que, mesmo sem estar a fazer snorkeling, se conseguia ver os peixes e os corais a partir do barco. Água completamente transparente e quente (coloque bastante protetor solar e não se esqueça das costas já que vai estar a olhar para dentro de água e as costas e as pernas ficam à mostra).

As paragens são de 20 a 40 minutos para que possa usufruir da visão subaquática que vai ter: ver de perto a vida marinha, com peixes grandes e pequenos, uns mais e outros menos coloridos e corais cheios de vida. A primeira paragem foi na D'Lagoon, a segunda na Air Raja, a terceira na praia Romântica e a quarta no Farol, que está situado no meio do mar (o passeio custa cerca de 50 ringgits por pessoa, ou seja, à volta de 10 euros).

Malásia: O paraíso das Perhentian
Malásia: O paraíso das Perhentian créditos: Viaje Comigo

De tarde, depois do almoço, pode fazer aulas ou iniciação ao mergulho, passear de kayak, apanhar um Water Taxi e ir conhecer outras ilhas e praias, ou simplesmente não fazer nada... Há ainda massagens com vista para a praia, braçadas para dar no mar quente, livros para ler e caminhadas para fazer... ou não fazer mesmo nada... Dolce Far Niente!

Decidi parar uns minutos no pontão colorido e percebi que neste local não param de chegar e partir barcos: os Water Taxis. Podem trazer hóspedes para os resorts, fazer a entrega de material ou mantimentos, assim como levar alimentos para os restaurantes, hotéis e hostels.

Também aqui ao lado param muitos barcos recreativos, sendo um dos pontos para fazer snorkeling. Mas, na verdade, consegue ver inúmeros peixes a olho nu, a partir do pontão.

As ilhas Perhentian (que, em malaio, significa "ponto de paragem", já que serviam de local de paragem de mercadores e troca de produtos) são um pequeno grupo de ilhas rodeadas de lindos corais na costa nordeste da Malásia, no estado de Terengganu, não muito longe da fronteira com a Tailândia.

Apesar de ter ficado na ilha mais calma, existem outras com um maior número de resorts e que têm bares e animação noturna.

Por causa da época de chuvas, as ilhas só estão abertas ao turismo entre março e outubro (por norma).


Brevemente mais dicas desta viagem no Viaje Comigo (www.viajecomigo.com). Entretanto, pode seguir o dia-a-dia da viagem de 2 semanas pela Malásia, no Facebook (www.facebook.com/viajecomigo) e no Instagram (https://www.instagram.com/viajecomigo_susanaribeiro/).
Viagem organizada pela The Wanderlust (http://www.thewanderlust.pt).