Meses depois de uma busca infrutífera por um alojamento adaptado à nossa carteira, a nossa aventura na cidade veio confirmar as nossas suspeitas iniciais: o Uruguai, nação mais progressista, segura e desenvolvida da América do Sul, é um país caro... Muito caro! De acordo com o site Numbeo, Montevidéu é 20 a 25% mais cara que Lisboa no que toca a restaurantes, supermercados e bens de consumo, com apenas as rendas a serem substancialmente mais caras na capital portuguesa.
Orçamentos à parte, não podemos dizer que a cidade nos tenha conquistado. Houve algumas surpresas positivas, como a segurança, a arte urbana, as panaderías ou a Ciudad Vieja bem mais clássica que o esperado... Mas não saímos propriamente cativados.
Passámos também por Colonia del Sacramento, a cidade mais turística do Uruguai, na esperança de conseguir conhecer algo que nos queira fazer voltar ao país mais tarde, e conhecer mais.
Mas talvez seja esta a sina uruguaia. Ensandwichado entre os colossos Brasil e Argentina, com apenas três milhões de pessoas e uma história recente enquanto nação independente, competir por atenção mediática torna-se difícil.
Mas os uruguaios não parecem importados. De Yerba Mate numa mão (bebida local muito comum) e outro tipo de erva na outra (aqui a venda e consumo de marijuana é legal), seguem rumo a uma confluência cada vez maior com o desenvolvimento europeu. Aí sim, não há outro país sul-americano que os iguale.
Entretanto, já chegámos à Argentina. Viemos durante a noite: o ferry trouxe-nos pelo mar até à costa. A despedida do Uruguai foi muito doce e subtil. Nada de grandes contemplações. Montevidéu havia sido simpática para nós. Colonia del Sacramento um cantinho de amor. Mas nem por isso a despedida foi mais difícil. O ferry avança e não olhamos para trás. Só olhamos para lá, à procura da próxima margem que há de nos receber. Está escuro e não se vê nada, mas não faz mal. Não olhamos para trás.
Pergunto-me se estaremos, enfim, a ficar demasiado bons em despedidas.
Talvez a Argentina venha a ser para nós aquilo que o Uruguai não conseguiu. Por agora, veja na galeria, a nossa passagem por Montevidéu e Colonia del Sacramento:
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