Os antigos venezianos contribuíram para o desenvolvimento do vidro e introduziram a filigrana, fios de vidro opaco e branco no vidro transparente, uma arte mundialmente conhecida que combina bom gosto e habilidade.

As pérolas de vidro venezianas, pequenas e preciosas joias de rara beleza, existem em vários e múltiplos tipos.

A produção de vidro segundo a técnica denominada "lume" (vidro fundido por uma chama em torno de uma haste de metal), é uma das mais antigas e permanece inalterada.

Em Veneza, a produção das contas de vidro foi documentada com certeza desde o século 14 e, por centenas de anos, foi considerada uma mercadoria preciosa para troca e exportação para a África, América e Índia.

Durante a crise de Murano no início do século 19, após a queda da Sereníssima República de Veneza, quando a procura por objetos de vidro caiu drasticamente, a produção de pérolas foi a única que continuou a florescer e a expandir-se, salvando efetivamente a indústria de vidro veneziana.

A história das contas de vidro venezianas foi muitas vezes esquecida, já que os seus criadores geralmente são artesãos desconhecidos, ao contrário dos renomados mestres do vidro, autores de esculturas e vasos nos famosos fornos de Murano.

As fábricas de vidro estão concentradas na ilha de Murano, depois de terem sido obrigadas a mudare,-se para lá em 1291 devido aos incêndios ocorridos nas zonas mais centrais da cidade.

Quinta-feira, dia 17 de dezembro, Veneza comemorou a decisão da UNESCO de incluir a arte das contas de vidro na sua lista de património imaterial e expressou a sua esperança de que isso ajude os artesãos em crise devido à pandemia.

"É com muito orgulho que recebemos este prestigioso e significativo reconhecimento", garantiu à imprensa o autarca da cidade, Luigi Brugnaro, após receber a notícia.

A candidatura foi apresentada por Itália e França, lideradas pela Comunidade das Pérola de Veneza e pela Comunidade Pérola Francesa com o apoio dos Ministérios da Cultura de ambos os países.