"Temos tido motivos para celebrar. Temos tido todas as razões para nos orgulharmos do trabalho que temos feito no desenvolvimento da promoção da marca Porto e Norte e da marca Portugal (...). Mas, com os sucessivos cortes que temos vindo a sofrer nas rubricas da promoção, este potencial turístico pode ser posto em causa", disse Melchior Moreira.

Falando na sessão de abertura do Fórum Internacional do Turismo que hoje decorre em Vila Nova de Gaia, distrito do Porto, o responsável da TPNP considerou fundamental "investir na promoção" para que o destino Porto e Norte continue, disse, "a ser o melhor".

Melchior Moreira recordou que a cidade do Porto venceu recentemente o título de melhor destino europeu, olhando para distinção alcançada pela terceira vez como um "reconhecimento de toda a Europa", mas também como sinal de que "a responsabilidade aumentou".

"O destino Porto e Norte no ano 2016 fecha com um número muito próximo dos valores que estavam previstos para 2020: chegar a sete milhões de dormidas. Tivemos um crescimento de dormidas na ordem dos 10,7, alcançando 6,8 milhões de dormidas. No mercado ibérico, o crescimento foi de 7,8 em relação a 2015, valores que se traduzem em mais de 289 mil dormidas", descreveu o presidente da TPNP.

Sobre o crescimento do mercado espanhol, descrito como "nosso principal mercado", este cifrou-se nos 15% relativamente a 2015, registando-se uma subida de 20,34% nos proveitos totais, o que equivale a 60,5 milhões de euros a mais.

Já a loja interativa do turismo recebeu em 2016 cerca de meio milhão de turistas, enquanto a loja do Palácio das Cardosas, no Porto, inaugurada em agosto, atendeu cerca de 500 turistas por dia.

"Há um enorme potencial e uma enorme potencialidade no Porto e Norte. A responsabilidade da promoção turística é tremenda. Não podemos parar à sombra destes resultados. Temos os olhos dos portugueses e os olhos do mundo colocados em nós", considerou, acrescentando como desafios continuar a combater a sazonalidade, distribuir a oferta de forma equitativa e saber tirar partido do Porto como "extraordinário chamariz turístico".

Já a propósito dos alertas sobre o investimento em promoção, o responsável da TPNP disse querer "continuar a ser palco de grandes eventos internacionais", dando o exemplo do Rali de Portugal que, segundo um estudo das Universidades do Algarve e do Minho, teve um impacto económico de 129,3 milhões.

Melchior Moreira contou que os adeptos do rali não residentes manifestaram a vontade de voltar nos próximos três anos, sendo que mesmo os estrangeiros, e mesmo no inverno, mantêm a vontade de regressar numa percentagem de 61.2.

"Temos de continuar a surpreender como e fosse essa a primeira visita ao destino", concluiu.

Já o presidente do Instituto de Planeamento e Desenvolvimento do Turismo (IPDT), António Jorge Costa, principal promotor deste fórum que se realiza há 12 edições, vincou que o setor do turismo é "o mais importante do nosso país".

Em jeito de introdução a um dia de debates e conferências, que inclui a apresentação e discussão do estudo sobre a perceção dos turistas na visita a Portugal, António Jorge Costa lançou questões como "o que fazer para manter a competitividade?" ou "será que este sucesso está a ser partilhado por todos?".

"É minha convicção de que o sucesso só é sustentável se for partilhado por todos os agentes", referiu.

Neste Fórum Internacional do Turismo também será lançado o Anuário de Tendências - Turismo'17.